Mais de um
quarto dos fundos de pensão europeus ainda mantem sua rentabilidade alvo anual
para os investimentos bem acima dos 6% - após taxas - a despeito do ambiente de
baixas taxas de juros e de preocupações com a manutenção desse cenário em longo
prazo, revelou uma pesquisa.
O levantamento
- conduzido pela CREATE junto a 190 fundos de pensão europeus - demonstrou que
embora a maioria (51%) mantenha os retornos-alvo em menos de 5%, um quinto das
entidades ainda utiliza patamares que variam entre 6,6% e 8%. 7% dos respondentes possuem metas ainda mais
altas.
Publicada
originalmente na edição de novembro da revista IPE, a pesquisa evidencia uma
mudança nos padrões de formulação de novos modelos de alocação de ativos. Amin
Rajan, autor da pesquisa e CEO da CREATE, diz que a diversidade passou a ser
uma das principais características desses modelos.
A pesquisa
revela que os planos vêm abandonando os métodos tradicionais de alocação para
adotar um dos três modelos em evolução atualmente: dois quintos dos planos
utilizam um método ‘focado no produto’, que consiste em fundos operando
estratégias ‘de silo’ que se misturam a fim de atingirem retornos positivos
ajustados a riscos.
Planos mais
maduros (30% dos respondentes) fazem uso de um método ‘focado no tempo’,
segundo o qual a seleção de ativos tem como enfoque o crescimento do capital,
renda regular e proteção contra a inflação, com posterior migração para ativos
menos arriscados à medida que o amadurecimento se acentua.
Os 30%
restantes adotam uma estratégia ‘focada no passivo’ que se propõe a remover o
risco gradualmente, em linha com o aumento dos níveis de fundeamento.
Junto com os
ativos protegidos e algumas carteiras mais arrojadas em termos de risco e
retorno, os fundos mostram maior propensão para investir em ‘ativos cruzados’ (cross assets), que oferecem bons
retornos associados a características de cobertura do passivo.
Rajan afirma
que as mudanças nos modelos de alocação geram ‘novas urgências’ para os que
prestam serviços aos fundos de pensão. “Sem uma maior colaboração entre os
planos de pensão, consultores e gestores de ativos, as novas mudanças podem se
tornar tão persistentes quanto a crise que as criou”, afirma o pesquisador.
“Uma coisa é
termos modelos de alocação condizentes com os novos tempos, mas fazê-los
funcionar é uma história completamente diferente. Chegou a hora de promovermos
o expertise coletivo na corrente de
geração de valor dos planos de pensão.”
IPE