“A natureza do
projeto no qual se pretende investir deve ser norteada pelos retornos
esperados. Assim, deparamo-nos com investimentos que variam de edifícios e
energia a até mesmo terras para serem utilizadas como ‘última morada’ das
pessoas”, declarou Kinyua, na semana passada, durante um simpósio realizado na
cidade de Nairóbi.
O
especialista recomendou que os conselheiros de fundos de pensão invistam na
compra de terrenos para a construção de cemitérios dado o enorme déficit de
cemitérios em muitos municípios. Ele sugeriu que as entidades invistam onde
projetos de infraestrutura do governo provavelmente serão realizados, uma vez
que os valores dos imóveis em tais localidades tendem a um crescimento mais
rápido.
Em palestra realizada no mesmo
evento, Jonathan Stichburry, diretor-executivo da PineBridge Investments, disse que a diversificação das carteiras é
a chave para a obtenção de bons retornos nos investimentos.
“A diversificação reduz riscos e
melhora retornos. A maioria dos fundos de pensão se concentra em renda fixa e private equity. Há outras oportunidades
com boa rentabilidade, como os imóveis”, ressaltou Stichburry.
De acordo com a Retirement Benefits Authority (RBA), o fundo de pensão médio
queniano tem seus ativos concentrados em ações e renda fixa, com 50% dos patrimônio
investido em tais classes de ativos.
Embora a regulação da RBA permita
investimentos em imóveis, Stichburry salientou haver pouca informação
disponível aos fundos de pensão sobre como investir no segmento.
Uma pesquisa de 2015 realizada pela
Consultoria Atuarial Alexander Forbes junto a
378 planos (KES 35,8 bilhões) revelou que somente 7,4% dos ativos eram
alocados em propriedades, imóveis ou private
equity.
“Com base numa média ponderada, o
plano médio investe 30,2% de seus ativos em ações; 61,2% em renda fixa; 7,4% em
propriedades e 1,2% no exterior”, informa a pesquisa.
Os fundos de pensão registraram
rentabilidade negativa de 11% em suas aplicações em renda variável, enquanto os
retornos de renda fixa giraram em torno de 7,8% até dezembro de 2015 em
comparação a 4,7% em setembro de 2015.
No passado, o índice de imóveis Hass Property Index demonstrou, de forma
consistente, que os imóveis continuam sendo um investimento melhor em
comparação a outras classes de ativos como ações e títulos.
Além do Quênia, outros países como
África do Sul, Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e Hong Kong continuam a
registar um crescimento positivo no mercado imobiliário.
O índice demonstrou que os preços
dos terrenos aumentaram 503,1% desde dezembro de 2007. Para o chefe da agência Knight Frank Kenya, Anthony Havelock, os
fundos de pensão também devem considerar a possibilidade de construir
escritórios de nível “classe A”, que tendem a garantir bons retornos graças à
procura de multinacionais por esse tipo de espaço.