Aposentados terão 2% de redução no valor das pensões embora os
fundos correspondam a 60% do PIB do país.
Na última quinta-feira, os pensionistas chilenos marcharam em
direção ao palácio La Moneda, na capital Santiago, para exigir o fim do sistema
de previdência privada que irá diminuir os benefícios pagos aos aposentados.
Cerca de 400
pessoas protestaram contra o sistema previdenciário chileno criado na década de
80 durante a ditadura de Augusto Pinochet.
“No Chile, os idosos
vivem em condições miseráveis, com os filhos tendo que cuidar dos pais, uma
situação criada por um sistema perverso que enriquece as gestoras de benefícios
e empobrece os participantes, que são forçados a adiar a aposentadoria”,
declarou o Comitê de Provisão Pública, organizador do protesto.
Os idosos e
suas famílias protestaram nas ruas de Santiago, reiterando o apelo para que os
legisladores chilenos defendam os direitos dos trabalhadores.
O sistema de
fundos de pensão é composto por instituições privadas que gerenciam a renda
futura dos aposentados através de deduções mensais dos salários dos
trabalhadores.
“Há muita
incerteza em torno do sistema previdenciário chileno”, disse o parlamentar
Marcos Espinosa. "É importante termos garantias quanto ao pagamento de
benefícios a fim de que possamos ter uma aposentadoria tranquila.”
Com o aumento
da expectativa de vida, o sistema de fundos de pensão alterou as taxas de
mortalidade a partir de 1º de julho. Os trabalhadores que se aposentam a partir
dessa data receberão cerca de 2,1% a menos de beneficio.
A partir de
julho, cerca de 10 mil pessoas se tornarão pensionistas, dos quais 52% são
mulheres e 48% homens.
De acordo com a
Fundação Sol, um dos mais importantes centros de estudos econômicos e sociais
no Chile, 94% das mulheres e 87% dos homens aposentados recebem uma pensão
mensal de US$ 231. O salário mínimo no Chile é de US$ 370.
A presidente do
Chile, Michelle Bachelet, disse em maio que iria acelerar a criação de um
sistema estatal de fundos de pensão.
“Esse sistema
trará mais concorrência, custos administrativos menores e maior cobertura”, disse
Bachelet.
Telesur