O
parlamento vietnamita decidiu reverter mudanças na legislação previdenciária
que geraram forte comoção nas fábricas no início do ano. A decisão foi recebida
com surpresa tendo em vista o histórico de subserviência do parlamento ao
autoritário governo central.
As novas mudanças foram aprovadas na
segunda quinzena de junho pela Assembleia Nacional do país comunista, informou
a televisão estatal VTV, permitindo que os trabalhadores recebam um pecúlio da
Previdência Social ao deixarem uma determinada
empresa.
O governo vinha
insistindo para que tais pagamentos fossem adiados até os 60 anos para homens e
55 anos para mulheres, um movimento que visava capitalizar o sistema estatal,
mas que foi recebido com grande descontentamento pelos trabalhadores.
Dezenas de
milhares de empregados de fábricas nacionais e internacionais do sul do país
participaram de protestos e greves para mudar as regras que haviam sido aprovadas
no mês de março. Eles temiam que os recursos não estivesses disponíveis ao
atingirem as idades estabelecidas pelo governo. Os protestos foram
interrompidos após o governo se comprometer a reavaliar o assunto.
As mudanças
recém-aprovadas passaram a permitir que os trabalhadores escolham entre o saque
dos recursos ou a sua permanência no sistema e posterior reversão em renda de
aposentadoria.
Greves e
protestos têm sido cada vez mais comuns no país de governo comunista, que
controla firmemente todas as reuniões e protestos realizados em público. Embora
haja muitos sindicatos, quase todos são ligados ao Partido Comunista, levando à
falta de confiança dos trabalhadores nessas organizações.
Nos últimos
meses, têm sido frequentes as demonstrações de descontentamento em relação aos
baixos salários e condições de trabalho no país, embora a maioria das
manifestações seja direcionada às práticas corporativas ao invés de políticas
do governo.
The Guardian (Nigéria)