FUNDOS DE PENSÃO HOLANDESES AINDA TÊM DIFICULDADES; REDUÇÃO DE BENEFÍCIOS PODE OCORRER NO ANO QUE VEM


A situação financeira dos cinco maiores fundos de pensão holandeses manteve-se praticamente inalterada no terceiro trimestre, o que significa que quatro das cinco entidades ainda sofrem com a falta de fundeamento. O último trimestre de 2016 irá revelar se os fundos terão que reduzir benefícios no próximo ano.

Os fundos de pensão da Holanda são obrigados a manter níveis mínimos de fundeamento. Para a maioria, esse patamar mínimo gira em torno de 104,2% e representa a relação entre ativos e passivos. O nível de fundeamento do fundo revela a sua capacidade de fazer frente às obrigações futuras.

Se os fundos de pensão apresentarem níveis de cobertura inferiores ao chamado limite crítico - que variava entre 85% e 95% em dezembro último, dependendo do fundo - eles terão de reduzir benefícios, medida que afeta tanto os aposentados quanto os participantes ativos.

O atual índice de cobertura do fundo de pensão ABP, o maior do país, aumentou ligeiramente no terceiro trimestre - de 90,5% para 90,7%. O nível médio de cobertura nos últimos doze meses ficou na casa dos 92,5% no terceiro trimestre. O patamar é inferior àquele registrado no segundo trimestre, que foi de 94,4%. O limite crítico para o ABP é de 90%.  

“O nosso nível de cobertura manteve-se estável em pouco mais de 90% nos três primeiros trimestres de 2016”, disse o presidente do ABP, Corien Wortmann-Kool. “Se conseguirmos manter a tendência no quarto trimestre, não teremos que reduzir pensões em 2017.” Até o final de janeiro, o fundo de pensão espera anunciar se as pensões serão reduzidas a partir do segundo semestre do ano que vem.

O PFZW viu o seu índice de cobertura aumentar em 0,2%, para 89,2% no terceiro trimestre. Mas o nível de fundeamento médio do plano caiu para 90,8%. De acordo com o diretor Peter Bogdorff, a queda pode ser atribuída à baixa taxa de juros.

 “A chance de o PFZW vir a ter pensões mais baixas em 2017 é cada vez maior”, declarou o fundo. Se o índice de cobertura permanecer no nível atual, as pensões terão que ser reduzidas. O nível crítico do PFZW é de cerca de 87%.  

De acordo com o fundo PME, o seu índice de cobertura é estável, embora esteja abaixo do desejável, tendo aumentado ligeiramente, para 91%. O índice de cobertura médio caiu de 93,7% para 92,4%. O presidente Eric Uijen também atribui o movimento à redução das taxas de juros.

“O índice de cobertura continua perto do nível crítico, que é de aproximadamente 90%. Isso significa que continuamos preocupados com uma possível redução das pensões em 2017”, disse Uijen. O fundo classifica a redução de benefícios como “provável”.

Já o PMT viu o seu índice de cobertura aumentar 0,1% para 92,1% no terceiro trimestre. Mas o índice de cobertura médio caiu para 93,3%. “Conseguimos bons retornos nos investimentos. Contudo, considerando a queda persistente das taxas de juros e o método de cálculo prescrito, o índice de fundeamento não foi suficientemente elevado”,  declarou o presidente do fundo, Jan Berghuis. Segundo ele, a chance de haver corte nas pensões é hoje de 50%.

Dos cinco grandes fundos de pensão, o bpfBOUW é o único que tem conseguido alcançar o padrão mínimo de fundeamento. No terceiro trimestre, o índice de cobertura foi de 105,5%, 1,1% a menos do que no segundo trimestre. O índice de cobertura médio atualmente é de 105%. O CEO Jan Ruis espera que a situação financeira da entidade mantenha-se estável no próximo ano.



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