Yerevan – No sábado, dia 22/03, cerca de 6 mil pessoas
foram às ruas da capital da Armênia protestar contra o plano de pensão de
adesão obrigatória que entrou em vigor no começo do ano.
Com a criação do novo programa, todos os indivíduos
nascidos após 1973 terão que contribuir com 5% a 10% do salário para um fundo
de pensão privado, além dos aportes regulares à Previdência Social. O caráter
obrigatório da filiação violaria a constituição do país, sendo considerado
inaceitável por grande parte da população.
O
novo plano tem gerado reações calorosas contra o governo do presidente Serzh
Sarkisian, que se colocou à disposição dos manifestantes para dialogar.
“Somos
contra esse roubo que o governo chama de reforma”, desabafa David Manukyan, um
dos manifestantes. “Não permitiremos que eles roubem os cidadãos armênios.” O
assunto está sendo estudado pela corte constitucional do país, que começará a
julgar a legalidade do plano em 28 de março.
Os
manifestantes também demonstram descontentamento em relação à administração do programa.
“Não há garantia de que daqui a 40 anos nós receberemos uma pensão”, observa o
ativista Hayk Hakobyan. Segundo ele, uma das prioridades, no momento, é
responsabilizar aqueles que hoje ocupam cargos estratégicos caso algo dê errado
no futuro.
Com
uma população de 3,2 milhões de habitantes, a Armênia foi fortemente afetada
pela crise financeira mundial e o alto nível de desemprego é uma das maiores
preocupações das autoridades. O antigo Estado soviético enfrenta ainda o
isolamento econômico acarretado pelo bloqueio de suas fronteiras com a Turquia
e o Azerbaijão devido a disputas internacionais recentes.
Estima-se
que 80% da população sejam contra a reforma previdenciária.
The West Australian, ArmeniaNow