Os
fundos de pensão estão pagando às gestoras de ativos até 70% a mais do que a seis
anos atrás devido a uma grave falta de concorrência na indústria de
investimentos.
A
consultoria LCP produziu um relatório que mostra que as gestoras de
investimento não estão repassando os benefícios do crescimento do mercado - e
as subsequentes economias de escala - aos investidores.
As conclusões vão ao encontro dos últimos
resultados de uma investigação conduzida pela Financial Conduct Authority (FCA) sobre o funcionamento da indústria
de gestão de investimentos, que constatou que haveria “pouca concorrência de
preços” em várias áreas. O estudo fez particular referência ao fato de que as
taxas cobradas pelos fundos não tendem a cair na medida em que os ativos
aumentam.
Matt Gibson, sócio da LCP e autor do
relatório, afirmou: “A indústria de gestão de ativos é muito rentável, em parte
por causa de sua escala, e nossa visão é que os gestores deveriam compartilhar
as economias de escala com os investidores”.
No relatório de 32 páginas, a
consultoria descobriu que um fundo de pensão que tivesse concedido um mandato
de 50 milhões de libras para um gestor de ativos em 2011 poderia pagar hoje
260.000 libras a mais em taxas devido ao crescimento do mercado, com o total
pago podendo atingir £700 mil.
“De maneira geral, os gestores de
ativos estão cobrando mais, mas não parecem estar fazendo muito mais por seus
clientes”, diz Gibson.
Segundo a LCP, a pesquisa também demonstra
que os gestores ativos que tentam superar o mercado são primeiramente recompensados
para manter os ativos do cliente, não para ter uma performance superior a do mercado. Além disso, o levantamento encontrou
poucas evidências de que os gestores que cobram mais de fato entregam os melhores
resultados. “Na verdade, as duas gestoras que cobram as taxas mais altas da
nossa amostra foram as que tiveram a pior performance”,
informou a consultoria.
“Nossos resultados revelam como é
importante que os planos de pensão monitorem regularmente os seus gestores de
investimento e exerçam pressão para que eles reduzam suas taxas”, disse Gibson.
Financial Times