De acordo com uma organização
representativa, os fundos de pensão finlandeses atingiram o seu maior nível histórico
- cerca de 200 bilhões de euros.
“Ainda
faltam algumas informações, mas parece que alcançaremos a marca de 200 bilhões
de euros”, disse o analista Peter Halonen, da Finnish Pension Alliance (Tela).
Os
retornos sobre os investimentos dos fundos de pensão estão se tornando cada vez
mais importantes para o financiar o pagamento dos benefícios, acrescentou o
especialista. Halonen observa ainda que as contribuições pagas por empregadores
e empregados não serão suficientes para cobrir os benefícios futuros.
Em
2015, pouco menos de 1 bilhão de euros advindo dos fundos de pensão e da
rentabilidade dos investimentos foi utilizado para pagar benefícios de
aposentadoria. No ano passado, esse montante foi de 1,2 bilhão de euros,
devendo aumentar ainda mais em 2017.
“É
impossível estimar precisamente o quanto teremos que utilizar dos fundos e
retornos, mas o volume de recursos deverá aumentar”, comentou Halonen.
A
despesa crescente com o pagamento das pensões anuais deve-se ao aumento do
número de finlandeses que requerem os benefícios à medida que a população envelhece.
Por outro lado, o número de pessoas em idade de trabalhar que efetua
contribuições ao sistema está diminuindo.
Além das empresas gestoras de planos privados, a Keva,
organização responsável pela gestão dos benefícios previdenciários dos funcionários
públicos municipais e estaduais, será forçada a utilizar parte dos retornos para
fazer frente ao pagamento de aposentadorias.
“A
situação é inédita para a Keva. Pela primeira vez, o volume de benefícios a
pagar será ligeiramente maior do que as contribuições recebidas. Mas estamos
bem preparados para lidar com isso”, disse o CEO da organização, Timo
Kietäväinen.
Fundos de pensão buscam
acompanhar o ritmo crescente de aposentados e redução das contribuições
A
Tela estima que em cerca de 20 anos a rentabilidade terá superado o patamar mínimo
necessário para garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário. Logo, em
termos de rentabilidade, a sustentabilidade do sistema está garantida. No
entanto, ela também é afetada pela situação econômica e a dinâmica do mercado
de trabalho.
“O
início do ano foi bom. Os investimentos em ações, em particular, tiveram um bom
desempenho nos últimos meses, assim como os investimentos imobiliários”,
observou Halonen.
“Embora
a rentabilidade obtida até o momento não ofereça garantias para o futuro, agora
os mercados têm perspectivas positivas para o que está por vir”, aponta o
analista.
Como
grandes investidores, os fundos de pensão têm acompanhado de perto as políticas
monetárias dos principais bancos centrais, como o Banco Central Europeu e o Federal Reserve Bank, dos EUA, na medida
em que eles reduzem os programas de estímulo.
“Um
ritmo acelerado de redução desses programas pode vir a enfraquecer o
crescimento econômico, o emprego e os lucros das empresas”, especula Halonen.
De
acordo com a Keva, os investimentos robustos dos fundos de pensão continuarão a
ser importantes no longo prazo.
“À medida que cresce o número de
aposentados e diminui o número de pessoas que trabalham, os investimentos bem
sucedidos serão utilizados para resguardar, no futuro, as pensões baseadas em
renda, reduzindo, assim, a pressão sobre uma eventual necessidade de aumento
das contribuições”, concluiu Kietäväinen.
YLE