A Hermes,
gestora de investimento criada pelo fundo de pensão da BT, perderá 30% dos
ativos da entidade após a gigante da área de telecomunicações optar por gerir
parte de sua carteira internamente.
A Hermes
informou que a decisão afetará o portfólio de títulos públicos (£8,4 bilhões),
que deixará de ser gerido ativamente passando a uma estratégia passiva, mais
barata, cujo objetivo é simplesmente alcançar um determinado benchmark.
Saker Nusseibeh, CEO da Hermes, afirmou
que a decisão do fundo de pensão já era esperada e que os demais mandatos da
gestora junto à empresa de telecomunicações não serão afetados. “Nós sabíamos
que a prática do nosso cliente de gerir ativamente a carteira de títulos
públicos não era muito usual. Embora a performance
da carteira seja excelente, não se trata, necessariamente, de um resultado
surpreendente.”
“O efeito da movimentação sobre os
negócios é mínimo”, acrescenta o executivo, salientando que os ativos em
questão representam apenas 3% da receita da Hermes. A gestora continuará
responsável por 30% a 40% dos recursos do fundo de pensão, afirmam seus
executivos.
A BT fundou a Hermes em 1983 e ainda
mantem-se como principal cliente do grupo, com mandatos que visam o
financiamento de benefícios previdenciários para cerca de 320 mil
trabalhadores. A gestora da empresa de telecomunicações, que conta com diversos
especialistas em investimento para administrar os ativos do fundo, havia
declarado, no início de 2015, que reduziria custos e injetaria £2 bilhões no
fundo de pensão ao longo dos dois anos seguintes na tentativa de reduzir o déficit
de £7 bilhões da entidade.
Enquanto isso, a Hermes vem
diversificando sua clientela, o que lhe permitiu elevar o volume de ativos
geridos de outros clientes, proporção que passou de 18%, em 2011, para mais de
50% da carteira total em 2015. No ano passado, os ativos sob gestão sofreram um
incremento de 9% - chegando a £27,5 bilhões - embora as perdas da gestora
tenham se elevado, alcançando a marca de £8,1 milhões.
A asset manager também tem se aventurado nos segmentos de
infraestrutura e private equity, a
exemplo da joint venture com o Canada Pension Plan cujo objetivo foi adquirir
a Associated British Ports, além do
lançamento de diversos fundos de investimento.
The Telegraph