Novas
regras de transparência voltadas para os administradores privados de benefícios
do sistema finlandês devem entrar em vigor em breve. Um projeto de lei que
trata do assunto já foi submetido à votação do congresso.
O
Ministro da Previdência Social e Saúde afirmou que, se aprovado, o projeto
exigirá que as companhias de seguro previdenciário passem a manter um registro
interno dos membros dos conselhos e seus substitutos, CEOs e adjuntos, bem como
de auditores e empregados capazes de influenciar as decisões de investimento.
Os integrantes das referidas listas deverão declarar se possuem ações ou
quaisquer outros negócios privados.
A
nova lei de governança deve entrar em vigor em janeiro de 2015. A partir dessa
data, os provedores de benefícios terão cinco meses, no máximo, para dispor de
um registro atualizado, afirmou o ministério.
De
acordo com as novas regras, os conselhos das companhias de seguro
previdenciário também terão que criar um conjunto de princípios de governança
corporativa. Os CEOs e outros conselheiros não serão impedidos de tomar
assentos em outros colegiados. Contudo, o provedor de benefícios terá que
avaliar a participação dos membros em outros conselhos no que diz respeito à
sua necessidade e adequação.
As
regras sobre conflitos de interesses para diretores e CEOs de gestoras de benefícios
previdenciários serão mais duras do que as aplicáveis às demais empresas.
Conselheiros e CEO ficarão impedidos de participar de negociações caso sejam
empregados ou membros de colegiados de qualquer empresa envolvida nas transações.
Transações
comerciais importantes realizadas por executivos da empresa, a exemplo da
compra de imóveis, deverão ser analisadas pelos colegiados e divulgadas ao
público, afirmou o ministério.
O
projeto de lei também trata da questão dos mecanismos de recompensa ao
determinar que as seguradoras levem em conta os objetivos e operações da
empresa em longo prazo. “Os sistemas de recompensa não devem encorajar a tomada
excessiva de risco”, declarou o Ministério, em nota.
Na
Finlândia, todas as atenções voltaram-se para a governança dos fundos de pensão
no final do ano passado, quando o maior fundo do país, o Keva, foi alvo de um
escândalo de gestão. A então diretora-gerente da organização, Merja Ailus,
pediu demissão após a imprensa acusá-la de fazer com que a entidade pagasse por
despesas pessoais, dentre outras coisas.
Uma investigação conduzida pelo Keva concluiu que as diretrizes
aplicáveis à diretoria eram pouco específicas e que boas práticas de governança
corporativa não vinham sendo observadas.
IPE