O
presidente de El Salvador, Salvador Sánchez, pediu a deputados de diferentes
partidos políticos que acelerem a discussão sobre reformas no sistema
previdenciário porque o país “não pode dar continuidade ao seu atual processo
de endividamento”.
“O país não pode continuar a endividar-se;
precisamos de uma reforma profunda do sistema previdenciário, e essa reforma
deve ter o propósito de não afetar os pensionistas”, disse o presidente durante
o programa de televisão Gobernando con la
Gente.
Sanchez disse que “a reforma do
sistema previdenciário deve surgir do diálogo e do consenso entre as forças
políticas, e não através da imposição exercida por alguns setores”.
Ele afirma que as propostas
apresentadas pelo setor privado, trabalhadores e governo “podem ajudar a construir
uma solução viável, sendo necessário, portanto, que os deputados acelerem as
discussões a fim de colocar as finanças públicas em ordem”.
O governo de El Salvador apresentou suas
propostas para o sistema previdenciário em fevereiro de 2016, e desde então vem
defendendo a sua discussão no congresso.
O Executivo quer que a legislação
seja alterada a fim de que as Administradoras
de Fondos de Pensiones (AFP) sejam obrigadas a direcionar até 50% da
poupança previdenciária dos trabalhadores a um fundo administrado por um banco
estatal. Atualmente, esse limite é de 45%.
A pedido do governo, em 2006 o
Congresso criou o Fideicomiso de
Inversión Previsional (FOP), um fundo cujos títulos devem ser
obrigatoriamente adquiridos pelas AFPs em
montante anual superior a 400 milhões de dólares, quantia com a qual se paga as
pensões dos indivíduos aposentados pelo sistema previdenciário anterior,
abandonado em 1998, bem como a primeira “leva” de pensionistas do atual sistema.
Esse mecanismo de financiamento
gerou uma dívida de 5,7 bilhões de dólares do governo salvadorenho com as AFPs.
Em abril passado, o governo deixou
de pagar 55 milhões às AFPs devido à falta de acordo com a oposição no que
tange à emissão de títulos para pagar a conta. Diferentes setores esperam que
este cenário se repita em julho.
Segundo a Superintendência do
Sistema Financeiro (SSF), desde que o FOP foi criado, o governo pagou às AFPs
um total de 1,016 bilhão de dólares, sendo 569 milhões referentes a juros e 447
milhões à amortização de capital.
WRadio