No ano passado, os fundos de pensão da Bélgica praticamente
dobraram seus retornos em relação ao ano anterior, registrando uma
rentabilidade média de 11,86% em comparação aos 6,73% obtidos em 2013, informou
a Associação Belga de Entidades Previdenciárias (Belgian Association of Pension Institutions - BAPI).
A BAPI afirma
que as baixas taxas de juros ajudaram a impulsionar os retornos dos 52 fundos
de pensão pesquisados. A rentabilidade média de 11,86% é baseada em relatórios
individuais das entidades, cujo valor de ativos somado é de €14 bilhões (o
sistema possui cerca de €20 bilhões sob gestão).
Philip Neyt,
presidente da BAPI, explica que a rentabilidade atual pode ser um fator de
redução de retornos futuros, particularmente no que se refere aos títulos. “É
importante que o sistema mantenha-se vigilante.”
“As baixas
taxas de juros por períodos prolongados podem acarretar em retornos mais baixos
no futuro. A busca por classes de ativos mais rentáveis deve caminhar de mãos
dadas com a gestão aprimorada dos riscos.”
Os resultados
baseiam-se nas provisões constantes na Lei da Previdência Complementar (Loi
relative aux pensions complémentaires).
Neyt esclarece que
a lei faz com que os planos belgas busquem um meio termo entre as modalidades
de Beneficio Definido e Contribuição Definida. A Lei de 2003 obriga os
empregadores a obter um retorno nominal de 3,25% fora a inflação. Isso
significa que o patrocinador pode vir a ter que fazer aportes adicionais para
atingir a meta.
Neyt salienta
que esse fardo sobre o empregador foi imposto entre 2003 e 2004, quando a
inflação de 2% ajudava a reduzir os custos para o patrocinador. Atualmente,
como a inflação é levemente negativa, há forte pressão política para
flexibilizar a lei.
Neyt sugere uma
reforma sobre o retorno mínimo garantido sobre as contribuições previdenciárias
que, segundo ele, deve ser transparente, justo e facilmente gerenciável.
No fim de dezembro, a alocação média
dos ativos da amostra da BAPI era de 47% em títulos, 34% em ações e 13% em
“outros” investimentos (principalmente seguros, infraestrutura, private equity e títulos conversíveis),
5% em imóveis e 2% em moeda.
IPE