Os fundos de pensão setoriais
italianos estão considerando um pedido do governo para que direcionem recursos
a um fundo de resgate bancário. O pedido ocorreu dias antes da realização de
testes de estresse europeus, cujos resultados possivelmente revelarão que o
terceiro maior banco do país necessita urgentemente de capital.
O governo italiano busca
formas de dar suporte financeiro aos bancos sem desrespeitar as regras impostas
pela União Europeia, as quais determinam que, num primeiro momento, os investidores
devem tentar resolver o problema antes que os contribuintes possam ser afetados.
O Monte dei Paschi, terceiro maior banco da Itália em volume de ativos,
corre o risco de não ter reservas suficientes de capital para fazer frente a
cenários desfavoráveis. É isso que os testes de estresse da UE deverão revelar
quando os resultados forem divulgados nesta sexta-feira.
O presidente da ADEPP, associação que
congrega os fundos de pensão setoriais, disse que o governo pediu aos seus
membros que investissem no fundo Atlante, patrocinado pelo Estado, que atualmente
trabalha em conjunto com o Monte dei
Paschi na venda de € 10 bilhões em dívida podre após perdas contábeis.
“O governo fez um pedido”, disse
Alberto Oliveti, acrescentando que cada fundo de pensão irá decidir de forma
independente após reunião das associadas ocorrida na segunda-feira.
Ele não quis comentar os relatos da
mídia de que os fundos poderiam contribuir com até € 500 milhões ao todo.
A agência de financiamento estatal, Cassa Depositi e Prestiti, está disposta
a fornecer até € 500 milhões. Valor similar viria da SGA, outra entidade
controlada pelo Tesouro.
As contribuições de ambas as
instituições devem ser limitadas a fim de garantir que as normas da UE para
auxilio financeiro do Estado sejam respeitadas.
Reuters