É
estranho que hoje todos os problemas da Grécia girem em torno do seu sistema
previdenciário.
O país parece gastar muito mais com
seu sistema previdenciário do que qualquer outro: 16% a 17,5% do PIB dependendo
da metodologia de cálculo.
Os credores da Grécia querem que o
país faça cortes na previdência equivalentes a 1% do PIB, além de reduzir benefícios
em caso de aposentadoria precoce. O problema é que na faixa etária de 55 a 64
anos, 20% dos cidadãos estão desempregados, e solicitar o beneficio é a única
opção que lhes resta.
Numa população de 11 milhões, 20% dos
gregos têm mais de 65 anos e 2,65 milhões de cidadãos são pensionistas. Há,
atualmente, 400 mil requisições de benefícios na fila para serem analisadas.
O país gasta €2,35 bilhões mensais
com o pagamento de pensões, mas, na verdade, elas não são tão elevadas como
todos parecem acreditar. 60% dos pensionistas recebem €800 por mês, 45% recebem
€665 mensais ou menos e o beneficio médio é de cerca de €700 por mês.
O que torna o sistema insustentável
são abusos como a aposentadoria precoce de trabalhadores que exercem atividades
consideradas de alta periculosidade, direito que acabou sendo estendido a
profissões como a de apresentador de rádio e televisão (devido ao risco de
contaminação por bactérias presentes nos microfones), músicos que tocam
instrumentos de corda e cabelereiros.
O que a Grécia precisa é ter um
sistema mais razoável.
Electronics Weekly