A PGGM NV tem planos de aumentar seus ativos
de infraestrutura para cerca de 3 bilhões de euros até o final do próximo ano.
A gestora de ativos do segundo maior fundo de pensão da Europa busca retornos
mais estáveis e elevados com o intuito de ajudar seu principal cliente a
atingir a meta atuarial.
“Achamos atrativo comprar empresas com fluxo
de caixa relativamente estável que possam nos ajudar a cobrir as obrigações
previdenciárias em longo prazo”, disse, em entrevista na semana passada, Eloy
Lindeijer, chefe de Gestão de Investimentos da Zeist, braço holandês da PGGM.
Atualmente,
a gestora possui cerca de 6 bilhões de euros em ativos de infraestrutura,
incluindo pedágios e parques eólicos. A PGGM passa a fazer parte de um grupo de
grandes fundos de pensão que vêm reforçando as carteiras de infraestrutura num
momento em que as taxas de juros atingem baixas históricas, há muita
volatilidade nos mercados de ações e os retornos dos títulos são praticamente
nulos, dificultando o alcance de níveis adequados e estáveis de rentabilidade.
Em
fevereiro, três fundos de pensão canadenses compraram o London City Airport, e o maior fundo de pensão da Austrália tem
investido na reconstrução da estação de metro de Kings Cross, em Londres.
A
PGGM possui cerca de 187 bilhões de euros sob gestão, ativos que em sua maioria
são investidos em nome do fundo de pensão holandês Stichting Pensioenfonds Zorg en Welzijn (PFZW). O fundo pretende
ter aproximadamente 5% de sua carteira dedicados à infraestrutura até 2017 - em
oposição aos atuais 3,4%.
Em
2014, o PFZW retirou investimentos de hedge
funds devido aos custos elevados e complexidade, possuindo, agora, o
equivalente a 0,5% dos ativos dedicados a esses instrumentos em comparação a
2,7% em 2013.
Cortes nos benefícios?
Os
fundos de pensão holandeses atravessam um período difícil de turbulência nos
mercados e baixas taxas de juros. Tanto o PFZW quanto o ABP alertaram, no mês
de janeiro, sobre a possibilidade de fazer cortes nos benefícios a partir de
2017 caso o seu status de fundeamento não apresente melhora.
“Atualmente,
os planos BD fazem com que grande parte dos ativos sejam investidos em renda
fixa, o que é muito prejudicial para as futuras pensões”, disse Lindeijer.
A
PGGM também tem feito investimentos diretos fora do segmento de infraestrutura,
incluindo-se aí ativos imobiliários, créditos estruturados e private equity, a exemplo da
participação adquirida, no ano passado, na empresa de gestão de frota marítima LeasePlan Corp. “Participações como essa
são adquiridas com a intenção de nunca serem vendidas”, informa Lindeijer. O
PFZW possuía cerca de 6% de ativos investidos em private equity no final de 2015.
Preocupação com a saída do Reino Unido
Lindeijer,
que é ex-diretor da Divisão de Mercados Financeiros do Banco Central holandês, manifestou
preocupação com uma possível saída do Reino Unido da União Europeia, algo que
vem sendo chamado de “Brexit”. O movimento seria ruim tanto para a Holanda
quanto para a economia do continente, em especial porque os mercados não
parecem preparados para tal.
“Trata-se
de um fator que gera uma insegurança a mais, sendo, portanto, ruim para as
perspectivas de crescimento econômico”, afirmou. “Os mercados estão na
expectativa de que isso não venha a acontecer. Caso a saída se concretize, acredito
que haverá um enorme choque.”
Bloomberg Business