A ‘morte’ dos planos de Benefício Definido (BD) tornou-se um fenômeno global à medida que inúmeras empresas lutam para lidar com os passivos previdenciários, informa a PricewaterhouseCoopers (PwC).
Pesquisa realizada pela consultoria abrangendo 114 companhias globais que integram o índice Fortune 500 revela que 83% delas estão em processo de fechamento dos planos BD para novos empregados e 71% pretendem congelar os planos dos atuais funcionários.
A PwC afirma que dificuldades financeiras persistentes e o impacto volátil advindo da manutenção de programas BD e planos de saúde estão fazendo com que as organizações migrem para a modalidade de Contribuição Definida (CD). Quase 80% das empresas pesquisadas declararam possuir passivos previdenciários que excedem um terço da capitalização de mercado dos grupos aos quais pertencem.
Marc Hommel, Chefe Global da Área Previdenciária da PwC, afirma que apesar dos esforços dos patrocinadores, os déficits dos planos BD insistem em se fazer presentes nos balanços financeiros das corporações. “A magnitude e volatilidade desses déficits traz preocupações para acionistas e credores, fazendo com que as multinacionais estejam mais propensas do que nunca a tomar decisões drásticas para reduzir os impactos negativos a que estão sujeitas.”
O executivo acrescenta que a ‘morte’ dos planos de aposentadoria de Benefício Definido não é um fenômeno limitado aos países anglo-saxônicos. “É impressionante como essa tendência se dissipou pelo mundo todo, incluindo aqueles países com leis trabalhistas e ambientes regulatórios mais complexos. As multinacionais estão claramente rejeitando os riscos financeiros ‘sem fim’ acarretados pelos planos BD.”
A despeito do declínio da modalidade, a PwC apurou que 90% das multinacionais manifestaram o desejo de continuar tendo um papel significativo na provisão de benefícios de aposentadoria aos seus empregados a fim de que possam manter a reputação de bom empregador e, assim, contratar e reter talentos.
Segundo a consultoria, há o crescente anseio de se investir numa ‘nova forma de paternalismo’ em que as empresas assumem responsabilidades e investem recursos para promover programas e auxiliar os empregados a tomar decisões bem embasadas sobre a poupança de aposentadoria. “Os empregadores reconhecem que precisam ajudar mais os empregados a tomar essas decisões e que, atualmente, fazem pouco nesse sentido”, observa Marc Hommel. “Temos a expectativa de que os empregadores passem a despender mais tempo e dinheiro nessa ‘nova forma de paternalismo’ como parte de suas estratégias de compensação. Trata-se de um passo importantíssimo para criar novos mecanismos de renda de aposentadoria que ofereçam resultados melhores tanto para empregados quanto para empregadores, respeitando-se os limites aceitáveis de risco para o patrocinador.”
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