O Banco Central Europeu exigirá que os fundos de pensão da zona
do euro divulguem dados mais detalhados sobre suas operações sob o argumento de
que não dispõe de visibilidade adequada sobre um setor vital para a disseminação
de políticas monetárias.
Com 50 milhões
de clientes e 2,5 trilhões de euros (US$ 2,9 trilhões) em ativos, os fundos de
pensão estão entre os maiores investidores e também entre os que mais crescem.
Isso os torna
vitais para o BCE ao avaliar o sucesso de suas políticas, particularmente em um
período de taxas de juros ultrabaixas, em que poupadores duvidam da capacidade dos
fundos de gerar recursos suficientes para a sua aposentadoria.
“As atuais
lacunas nos dados disponíveis e a falta de comparabilidade entre países
dificultam uma compreensão mais ampla do papel do setor em se tratando da
transmissão de políticas monetárias, fluxos de caixa e riscos associados às
obrigações previdenciárias”, disse o BCE.
De acordo com um
conjunto de diretrizes que ainda será alvo de consulta junto à indústria, o BCE
solicitará aos grandes fundos que comecem a fornecer informações de forma
padronizada, ampliando, também, o disclosure
junto ao público.
Os fundos,
excluindo-se aqueles criados por corporações ou instituições de crédito, terão
que listar cada operação realizada, fornecendo dados sobre ativos e passivos
discriminados por setor econômico, maturidade e localização geográfica.
“Isso nos
ajudará a entender melhor o seu papel dentro do contexto da política monetária,
porque nós... veremos não apenas como as ações estão mudando, mas o que os
fundos estão comprando ou vendendo, ou seja, como reagem à nossa política
monetária”, afirma Aurel Schubert, chefe da Divisão de Estatística do BCE.
Dado o custo
adicional trazido pelas novas regras, os bancos centrais nacionais poderão
dispensar alguns fundos das exigências, em especial aqueles com menos de 10
milhões de euros em ativos ou abaixo de 100 participantes. No entanto, cada
país deverá cobrir ao menos 80% a 85% do setor.
As novas regras
devem atingir entre 1.500 a 2.000 fundos, disse o BCE. O novo conjunto de dados
trimestrais começará a ser coletado a partir de 2019.
Reuters