Fundos de pensão desempenham papel cada vez mais relevante no resseguro.


Bilhões de dólares advindos de fundos de pensão e outros players pouco tradicionais vêm sendo canalizados para a indústria de resseguro, informa um relatório publicado na semana passada pelo Departamento do Tesouro.

            O relatório não identifica especificamente quais são os fundos de pensão ou outros provedores do chamado “capital alternativo” do resseguro, embora saliente que eles foram responsáveis pela injeção de US$ 59 bilhões no mercado de resseguro global, estimado em US$ 570 bilhões em junho de 2014. O valor é três vezes maior do que o registrado em 2007.

            O relatório também afirma que mais da metade do capital por trás das inovações no mercado de resseguro advém de “fundos de pensão, fundos de dotação e fundos soberanos, normalmente via fundos de investimento associados ao mercado de seguros”.  Em contrapartida, hedge funds e firmas de private equity respondem, agora, por um quarto de tais investimentos.

            O relatório ressalta que os arranjos alternativos de resseguro vêm sendo apresentados aos investidores como “produtos de primeira linha” e que “a exposição a esses riscos pode vir a ser um problema para investidores menos sofisticados”.

            O propósito do relatório publicado pelo Departamento do Tesouro não é avaliar riscos ou evidenciar problemas em potencial, mas traçar um panorama da indústria de resseguro, já bem conhecida dos especialistas, mas ignorada pelo restante da população.

            De fato, o estudo salienta que o resseguro traz muitos benefícios e que há programas interessantes operados por estados como Flórida e Califórnia, como o Florida’s Hurricane Catastrophe Fund e o California’s Earthquake Authority. A autoria do estudo é do Federal Insurance Office, braço do Departamento do Tesouro criado durante a crise de 2008.

            Normalmente, cabe aos estados regular a indústria de seguro, mas o Federal Insurance Office tem analisado determinadas áreas ainda não reguladas pelos entes da federação. O resseguro frequentemente implica na transferência de valores para o exterior, jurisdições nas quais as exigências de capital dos estados, entre outras, não se aplicam.

            Alguns estados têm criado arcabouços regulatórios alternativos a fim de atrair operações de resseguro para os Estados Unidos. Embora possa vir a trazer investimentos e gerar empregos, a iniciativa tem gerado preocupação acerca do surgimento de um setor de “shadow insurance” arriscado e  ainda incompreendido.

          “As preocupações regulatórias envolvendo tal prática continuam a receber atenção das autoridades de supervisão nacionais e internacionais”, disse o relatório. 


The New York Times
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