IRLANDA QUER REDUZIR DE 150 MIL PARA 100 O NÚMERO DE FUNDOS DE PENSÃO


A agência irlandesa que regula os fundos de pensão quer cortar o número de planos corporativos no país de 150 mil para 100. A medida visa pressionar as entidades que administram os programas, bem como os gestores de ativos, para que reduzam as taxas administrativas.  

Brendan Kennedy, CEO da Irish Pensions Authority (IPA), afirmou que o sistema de €90 bilhões em ativos precisa ser reformado a fim de “ser mais eficiente e ter como principal foco o participante”.

 

 “Com o aval do governo, pretendemos reduzir significativamente o número de planos de pensão na Irlanda”, disse ele.

 

A união de diferentes planos resultaria em “padrões mais elevados de governança, níveis mais altos de poupança, além de uma fiscalização mais minuciosa dos programas”, acrescentou.

 

A reforma do sistema acontece num período em que as baixas - e muitas vezes negativas - taxas de juros em nível mundial prejudicam a performance dos investimentos, fazendo com que muitos planos apresentem déficits significativos.

 

Aisling Kelly, consultora da Mercer que assessora fundos de pensão, diz que a fusão dos planos de aposentadoria do país gerará economias de escala, lhes permitindo exigir taxas mais baixas das gestoras de ativos.

 

Em 2012, um relatório elaborado pelo Department of Social Protection e a Irish Pensions Authority já chamava a atenção para as altas taxas cobradas dos fundos de pensão.

 

“Os gestores de ativos poderão se deparar com a redução do volume total de taxas no caso de fusão dos planos”, adverte Kelly.

 

Martin Haugh, sócio da filial irlandesa da consultoria Lane Clark & ​​Peacock, acrescenta: “Isso vai tornar as coisas mais competitivas”.

 

Medidas similares estão sendo adotadas no Reino Unido, onde 89 fundos de pensão de governos municipais estão sendo fundidos, formando sete fundos soberanos.

 

A proposta de redução do número de planos na Irlanda faz parte de uma reforma maior a ser proposta pela agência reguladora até o final de 2016.

 

A autoridade pretende realizar uma consulta pública acerca de tais propostas na metade deste ano.  

 

“Temos 150 mil planos de pensão no país. Tal número oferece desafios significativos, seja sob o ponto de vista do custo-benefício, do número de conselheiros disponíveis para fiscalizá-los ou sob a ótica da supervisão”, afirma Kennedy.


Jerry Moriarty, CEO da Associação Irlandesa de Fundos de Pensão, expressou preocupação em relação à medida. “Embora um número menor de planos maiores possa oferecer, em tese, algumas vantagens, eu prefiro ter cautela a respeito de como isso funcionaria na prática.”

 

“Em particular, eu diria que os participantes precisam ser representados e ter seus interesses defendidos da forma como ocorre atualmente no âmbito dos conselhos”, acrescenta Moriarty.  



Irish Times
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