Os
estados americanos enfrentam uma crise previdenciária de proporções
gigantescas. Dos 50 estados, apenas Wisconsin possui um sistema previdenciário superavitário.
Outros, a exemplo de Illinois, têm mais de 50% dos passivos em descoberto, ou
seja, a menos que mudanças sejam implementadas, o plano público não terá
condições de garantir nem metade dos benefícios prometidos aos atuais
trabalhadores.
Informações básicas
Com
o objetivo de calcular os níveis de risco para cada um dos 50 estados, o site de noticias NerdWallet analisou informações do U.S. Census Bureau sobre passivos previdenciários, investimentos em
moeda e proporção de trabalhadores em relação a funcionários aposentados.
Abaixo apresentamos nossas principais conclusões:
Os
déficits são a norma. Dos 50 estados, 37 possuem
níveis de fundeamento abaixo do que os especialistas consideram saudável (80%).
Perdedores,
ganhadores. Enquanto os sistemas previdenciários de Kentucky, Illinois e Connecticut
necessitam de reforma, estados como Wisconsin, Carolina do Norte e Nova York
têm administrado bem os seus planos.
Planos
onerosos não são sustentáveis. Dos 10 estados em
que as contribuições são mais elevadas para empregadores e trabalhadores, oito
receberam a menção “F”, o que significa que seus planos de pensão podem ter
sido mal desenhados.
Qual é o problema?
A
crise previdenciária é fruto de fatores políticos e administrativos. Em alguns
estados, os planos BD são generosos demais para serem sustentáveis.
As
contribuições, que variam significativamente de um estado para outro, também
são responsáveis pelo péssimo estado de saúde de alguns planos. Determinados programas
exigem contribuições mais elevadas: na Luisiana, por exemplo, o fundeamento do
plano do funcionalismo público demanda mais de 33% da folha de pagamento do
estado. Em contrapartida, na Flórida, as contribuições necessárias não chegam a
9,4% da folha. Para se ter uma ideia, na iniciativa privada a contribuição
média recomendada ao empregado é de 10% do salário ao longo de sua vida laboral.
Em
alguns casos a questão previdenciária é um problema de todos. Em Illinois,
estado do plano mais mal fundeado do país, o déficit traduz-se num fardo de
aproximadamente US$ 7.600 para cada residente.
Em
2014, a classificação de crédito de Illinois foi reduzida, chegando ao patamar
mais baixo dos EUA porque a solvência do plano de pensão do estado depende da obtenção
de uma taxa de retorno de 7,75% nos próximos 30 anos. A agência de
classificação Moody’s utiliza uma taxa de retorno projetada de 4% a 5% para
calcular as obrigações futuras dos planos de benefícios.
Estados planejam
reformas
Diversos
estados têm adotado medidas para lidar com a situação precária de seus planos
de pensão. Em 2013, Illinois aprovou uma lei que reduziu futuros aumentos no
valor dos benefícios previdenciários, limitou o salário-base a ser utilizado no
cálculo das pensões e elevou as idades
de aposentadoria.
Em
2011, o estado de Rhode Island realizou uma reforma bem-sucedida do sistema
estatal ao elevar as contribuições de trabalhadores e contribuintes a fim de
atingir a sustentabilidade de longo prazo.
Um
número cada vez maior de servidores públicos irá se aposentar nos próximos
anos; diante disso, os políticos e legisladores têm diante de si algumas
decisões difíceis. O fato é que mais e mais estados buscam novas medidas para
reformar sistemas que, segundo especialistas, já estavam fadados ao fracasso no
momento de sua criação.
Os estados americanos enfrentam uma crise previdenciária de proporções gigantescas. Dos 50 estados,