Um
consórcio será formado ainda esse ano com o intuito de preparar o caminho para
a criação de um fundo de pensão pan-europeu para pesquisadores, informou Paul
Jankowitsch, presidente da força-tarefa do fundo para a IORP (Institutions for Occupational Retirement
Provision).
Jankowitsch
disse a IPE que tem havido muito interesse e que ‘várias instituições renomadas’
já haviam se comprometido a dar apoio ao projeto. “No momento, nós, como
força-tarefa, estamos fornecendo detalhes sobre o projeto a cerca de 150
organizações, incluindo universidades e centros de pesquisa.”
Entretanto,
o fundo já recebeu críticas. A EAPSPI -
European Association of Public Sector
Pension Institutions - considerada a ‘voz’ dos planos públicos em
nível europeu, assim como a European
Social Insurance Platform - ESIP, levantou dúvidas quanto à possibilidade
de criação de um veículo de poupança de aposentadoria para as instituições de
pesquisas do continente, batizado de Resaver.
As
organizações temem que o fundo possa vir a incluir elementos do primeiro pilar,
concedendo privilégios limitados aos quais outros grupos de trabalhadores com
alta mobilidade também deveriam ter.
Théodore
Economou, CIO do fundo de pensão CERN, reuniu todos os stakeholders para “estudar melhor os detalhes do veículo, assim que
eles estiverem disponíveis, antes de formar uma opinião”. “É claro que, entre
27 países, alguns participarão e outros não, mas o veículo estará aberto a
todas as instituições que desejarem investir em pesquisa em nível europeu.”
Economou
disse estar convencido de que a IORP ‘facilitará o crescimento de capital
intelectual na Europa’; contudo, fez questão de deixar claro que o seu papel de
secretário da força-tarefa Resaver nada
tem a ver com a função que ele exerce no CERN, o que ‘não significa,
necessariamente,’ que o instituto de pesquisas suíço do qual faz parte decidirá
integrar a iniciativa.
Outro
destaque da iniciativa Resaver é Bill
Stirling, que deixou a vida de aposentado de lado, em 2013, para assumir a função
de diretor do Institute Laue-Langevin
francês. Mesmo antes que os detalhes sobre o fundo começassem a ser delineados,
era notável o seu entusiasmo com a iniciativa de se criar um plano IORP voltado
para pesquisadores. “Esse plano pode ser um passo muito positivo no caminho
para a mobilidade dos pesquisadores europeus”, afirmou Stirling.
Ele
mesmo já trabalhou na Alemanha, França e Reino Unido em várias organizações, e
descreve a própria situação previdenciária como ‘uma bagunça’. Stirling está
convencido de que o fundo continental ajudará as instituições a encontrar ‘cientistas
jovens e qualificados’, que ‘têm receio de abandonar sua posição em uma
universidade ou laboratório no país de origem’.
IPE