O governo do Japão decidiu adiar uma profunda reforma da
estrutura de governança do fundo de pensão do país, cujo patrimônio é de US$
1,1 trilhão. Ao invés de implantar as mudanças recomendadas pelo Ministério do
Bem Estar Social, optou-se pela aprovação de uma legislação mais tímida.
A decisão deixa claro que o Primeiro Ministro Shinzo Abe não tem
pressa em alterar a forma como o fundo é fiscalizado após a mudança profunda em
sua estratégia de investimento ocorrida no ano passado.
O Ministro da Saúde, Trabalho e Bem Estar, Yasuhisa Shiozaki,
defende a instalação de um conselho deliberativo para supervisionar os
investimentos do GPIF, garantindo isenção do fundo em relação a influências
políticas. Mas a ideia não é bem recebida por outros membros do gabinete de
Abe, que acreditam que o plano do Ministro seria muito difícil de aprovar no Parlamento
ainda no presente mandato, que termina em junho. Até lá, a ideia é tentar implantar um maior número de
mudanças possível por meio de leis menos radicais.
Nesta semana, foi aprovado um projeto de lei que não incluía as
propostas de Shiozaki. O projeto permite que o fundo continue com sua sede em
Tóquio, além de autorizar legalmente a criação do cargo de Chief Investment Officer, que desde janeiro é ocupado por um
executivo de private equity que
atuava em Londres.
No ano passado, o GPIF tornou-se signatário do Código de
Administração do Japão, que destina-se a
melhorar os retornos através de um maior engajamento por parte de investidores
e empresas. A Agência de Serviços Financeiros e a Bolsa de Valores de Tóquio
também estão desenvolvendo um código de governança corporativa para promover
boas práticas no âmbito das companhias listadas.
Shiozaki afirmou que
continuará discutindo mudanças mais amplas na estrutura de governança do fundo
por meio de um painel de especialistas
The Wall Street Journal