Segundo David Adkins, Chief
Investment Officer do fundo de pensão britânico The Pensões Trust, as mudanças climáticas terão grandes implicações
para as empresas e ativos que recebem investimentos das entidades
previdenciárias.
Recentemente, em palestra realizada durante a cerimônia
de premiação do Pensions and Lifetime
Savings Awards (PLSA), em Edimburgo, Adkins afirmou que o acordo firmado no
ano passado, durante a convenção do clima em Paris, pode vir a ter impacto significativo.
Em
resposta aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, Adkins afirmou os
gestores de fundos de pensão devem se concentrar em três áreas-chave: tratar os
riscos de mudanças climáticas da mesma forma como tratam outros tipos de risco,
ter como enfoque argumentos financeiros ao invés de emocionais e testar as bases
financeiras de qualquer proposta de investimento.
“Os
riscos de mudanças climáticas não vão desaparecer. 195 líderes não compareceram
à reunião de Paris à toa. Eles se propuseram a debater seu ponto de vista, seja
individual ou coletivo, a respeito desse importante risco.”
Adkins
recomendou que os gestores avaliem como os planos de pensão irão lidar com o
risco de mudanças climáticas.
“O que realmente
importa é a forma como as respostas coletivas aos riscos de mudanças climáticas
irão influenciar as políticas domésticas, bem como o desenvolvimento de fontes
alternativas de energia nas próximas décadas.”
Adkins comparou
o tratamento dos riscos climáticos à gestão do risco do passivo ao afirmar que os
gestores de fundos não têm nenhuma influência sobre as taxas de juros, embora
possam decidir como lidam com a questão, o mesmo ocorrendo em relação aos
riscos climáticos.
Ele salientou
a importância de dar enfoque a argumentos financeiros ao invés de emocionais,
citando a declaração de Mark Carney, diretor do Banco da Inglaterra, segundo o
qual os riscos de mudanças climáticas já estariam surtindo impacto sobre a
indústria de seguros.
“Na
indústria de investimento, muitos continuam a enxergar as mudanças climáticas como
uma questão ética ou de responsabilidade social, o que acaba fazendo com que o
assunto não seja verdadeiramente uma prioridade. Eu acredito que tal postura é
equivocada”, disse Adkins.
Ao
encerrar a palestra, Adkins pediu que os gestores de fundos pensem sobre as
mudanças climáticas em termos de risco, testando as bases financeiras por trás
de qualquer proposta de investimento por meio da seguinte pergunta: esse
investimento vai me fazer ganhar ou perder dinheiro?”.
“É
provável que os riscos de mudanças climáticas venham a impactar alguns setores
mais que outros. Logo, a dinâmica do risco tende a ser mais bem compreendida e
consequentemente melhor tratada por gestores ativos”, completou.
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