PLANO DE INVESTIMENTO DE FUNDOS DE PENSÃO CHINESES GERA PREOCUPAÇÕES


Começam a surgir preocupações envolvendo corrupção e má gestão após a China anunciar que irá investir parte dos mais de 3 trilhões de yuanes (US$ 442 bilhões) depositados em seus fundos de pensão com o intuito de evitar que eles percam valor.

Li Zhong, porta-voz do Ministério de Recursos Humanos e Previdência Social (MOHRSS), disse durante uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira que o ministério assinou um contrato de investimento para os fundos.

Li informou que o MOHRSS também está trabalhando na formulação de políticas relevantes que tratem das opções de investimentos e formas de mitigar riscos.

“No final de 2015, o fundo de pensão da China registrou um superávit de mais de 3 trilhões de yuanes”, declarou Bai Jingming, diretor adjunto do Instituto de Pesquisa de Ciências Fiscais do Ministério da Fazenda. 

O anúncio gerou preocupações. Muitos temem a má gestão dos recursos e até mesmo episódios envolvendo corrupção.

“O fundo perderia valor se o governo não investisse”, declarou ao Global Times o reitor da Escola de Desenvolvimento Social e Políticas Públicas da Universidade Fudan, Peng Xizhe, na terça-feira.

No entanto, Peng acredita que preservar o fundo seja mais importante do que lucrar com ele, “afinal de contas, os idosos dependem desses recursos”, completou.

“Diversificar os canais de investimento poderia ajudar a reduzir riscos", explica Peng, acrescentando que os mercados externos de ações podem ser uma boa opção. Segundo ele, o ideal é que o governo coloque uma pequena parte do dinheiro em ativos de alto risco e rentabilidade e o restante em investimentos com retornos e riscos mais baixos.

Contudo, a gestão dos recursos pode vir a ser um problema, dado que os fundos estão atualmente nas mãos dos governos locais, exigindo do governo central a definição de diretrizes claras a serem seguidas pelas províncias, disse Peng.

Li também afirma que o governo central precisará detalhar a forma como os governos locais investirão os fundos.

Desde 2014, muitas províncias vêm reportando déficits nos fundos de pensão em função do maior rigor das normas impostas pelo governo central e do aumento da população idosa.

Em 2015, Li afirmou que o número de cidadãos com idade superior a 60 anos deve chegar a 19,3% da população total em 2020, subindo para 38,6% até 2050. A fim de aliviar a pressão sobre o pagamento de benefícios, o MOHRSS anunciou que irá diversificar e aprimorar os investimentos previdenciários, além de coordenar os déficits e superávits das diferentes províncias a fim de equilibrar a oferta e a demanda. 



Global Times
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