O
hedging de taxa de juro dos
investidores institucionais caiu no segundo trimestre deste ano, enquanto a proteção
contra a inflação cresceu 16% de acordo com a mais recente pesquisa trimestral
sobre Liability Driven Investments da
BMO Global Asset Management.
A
cobertura de inflação aumentou de £20,1bilhoes (€ 23,8 bi) para £ 23,2 bilhões,
fazendo do segundo trimestre de 2016 o mais ativo no histórico da pesquisa, que
chega ao seu sexto ano. O período mais ativo de todos foi o segundo trimestre
de 2015.
A gestora de ativos disse que a atividade
registrada no período dividiu-se igualmente entre as operações de hedge e trocas entre classes de ativos.
Neste último quesito, observou-se a
venda de swaps e a compra de títulos públicos
convencionais ou indexados pelos fundos de pensão em função dos maiores spreads de rentabilidade entre os títulos
e as operações de swap.
Rosa Fenwick, gerente de portfólio
LDI da BMO GAM, afirmou: “Alguns fundos de pensão e companhias seguradoras tiraram
proveito dos rendimentos mais elevados providos pelos títulos, garantindo os
ganhos por meio da saída dos swaps.
“Esse foi um dos fatores que levou ao aumento do valor dos títulos ao longo do
trimestre”. Ela acrescentou que “o movimento se intensificou” após a votação,
ocorrida em junho, que definiu a saída do Reino Unido da União Europeia.
A pesquisa também evidenciou “uma
forte tendência a favor da redução dos riscos” no segundo trimestre, sobretudo
via a aquisição de títulos com vencimentos mais longos.
Em reunião no dia 04 de agosto, o
Banco da Inglaterra decidiu pela redução das taxas de juros. A expectativa é
que políticas de quantitative easing (QE)
também sejam adotadas no futuro próximo.
Adrian Hull, especialista sênior em
produtos de renda fixa da Kames Capital,
disse que o mercado de títulos públicos já havia precificado integralmente um
corte de 0,25% na taxa de juros, embora “ainda haja uma ampla gama de políticas
que poderão ser adotadas” no curto prazo.
“O tema do afrouxamento monetário
voltou à agenda, mas, ao contrário do que aconteceu em 2012, há menos clareza
sobre o que esperar do banco”, disse ele.
“O mercado já precificou as
expectativas em relação a medidas de QE da ordem de £50 bilhões, mas qualquer
valor entre zero e £100 bilhões é igualmente provável.”
De acordo com Fenwick, da BMO, sob a
perspectiva do LDI, a “mensagem que fica” é que as taxas de juros e a inflação ficarão
ainda mais baixas e por mais tempo.
“O apetite pelo hedge deve continuar à medida que as empresas patrocinadoras
continuam a buscar a eliminação de qualquer risco que não esteja sendo
devidamente recompensado.”
A pesquisa baseia-se em negociações
de derivativos de bancos de investimento e transações de hedge em libra esterlina. Os dados bancários são agregados, mas os
fundos de pensão representam a maioria dos investidores institucionais abrangidos.
IPE