Regulador deve ter o
poder de indicar novos membros para os comitês de investimentos de fundos
públicos com má performance
A
Associação Nacional de Fundos de Pensão (NAPF) britânica fez a recomendação em
resposta à consulta pública do governo a respeito de possíveis rumos para a
reforma previdenciária. Um dos objetivos da referida consulta é induzir os fundos
públicos locais (Local Government Pension
Schemes - LGPS) a investir quase exclusivamente em fundos de gestão passiva
ao invés de deixá-los escolher sua própria combinação de gestão ativa e
passiva.
O
governo disse que o modelo de gestão de ativos utilizado não obteve retornos suficientemente
altos para justificar as taxas cobradas. Além disso, os fundos geridos
passivamente tiveram os mesmos retornos que os fundos ativos cobrando taxas
menores. Contudo, a NAPF afirmou que alguns fundos que utilizaram a gestão
ativa conseguiram obter bons retornos e, por isso, não deveriam ser penalizados
pelo mau desempenho dos outros.
A
proposta é fazer com que apenas os fundos com mau desempenho fiquem sujeitos a ‘intervenções
regulatórias’. “Pequenas melhorias nos padrões de governança e o consequente aumento
dos retornos nos investimentos e na relação custo beneficio geraria um grande
impacto sobre os níveis de fundeamento desses fundos”, declarou a NAPF.
O
SSAB, conselho consultivo dedicado ao acompanhamento da reforma dos LGPS, está
desenvolvendo uma lista de critérios de avaliação da performance dos fundos de pensão. A NAPF, que tem como presidente Joanna
Segars, que também preside o SSAB, diz que apoia o trabalho.
O
SSAB afirma que os fundos devem ser analisados com base em: (1) seus níveis de
fundeamento, tendo como referência a última avaliação trienal e o volume de
déficit que vem sendo pago anualmente; (2) os retornos dos investimentos em um,
três ou cinco anos comparados à meta atuarial e ao histórico de retornos
obtidos por outros LGPS; (3) o fluxo de renda como proporção dos ativos do
fundo; (4) os custos de administração e investimento, e (5) uma medida para os
passivos que considere fatores de influencia sobre o perfil de obrigações do
plano.
A
NAPF acrescenta que os fundos que tiveram performance
insatisfatória e fracassaram na implantação de melhorias podem sofrer
intervenção por parte do SSAB ou do órgão regulador (The Pensions Regulator), que passarão a supervisionar a governança
dos LGPS em abril de 2015.
As
intervenções podem incluir a contratação e demissão de membros do comitê de investimentos
ou a remoção de seus poderes para controlar os investimentos de um determinado fundo.
“Ao focar nos fundos que não estão indo tão bem quanto poderiam, o governo pode
atingir seu objetivo de elevar os padrões de governança e agregar valor aos
recursos que passam pelos LGPS sem prejudicar o exercício das boas praticas
existentes”, declarou a NAPF.
LGC