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Associação Nacional de Fundos de Pensão do Reino Unido (National Association of Pension Funds - NAPF) acaba de lançar seu primeiro
fundo de infraestrutura. A iniciativa faz parte de um programa mais amplo de
investimento que deverá somar aproximadamente £2 bilhões nos próximos anos.
Essa é a primeira vez que os fundos britânicos se unem para investir e gerir ativos
reais.
O
fundo de infraestrutura já angariou £260 milhões de cinco investidores: o
esquema garantidor Pension Protection
Fund (PPF) e os fundos de pensão das empresas British Airways, Railways,
Strathclyde e West Midlands. A meta é prospectar, no total, £500 milhões em recursos
a serem investidos em parcerias público privadas no país.
O
fundo será gerido pela Dalmore Capital,
empresa especializada em PPPs que foi selecionada pela NAPF em dezembro último.
A gestora possui um histórico de contratos em que administra empreendimentos de
‘infraestrutura social’ como hospitais, escolas e prisões.
Um
representante da NAPF informou que o primeiro investimento do novo fundo já foi
definido, devendo ser concretizado no período de um mês. “A transação envolverá
a participação do fundo, como investidor, numa joint venture com uma empresa britânica de grande porte que atua
nas áreas de construção e serviços. A carteira inclui mais de dez Iniciativas
de Financiamento Privado/PPPs.”
Os
projetos abrangem empreendimentos nas áreas de saúde, educação, serviços de emergência
e provisão de acomodações para o Ministério da Defesa.
Durante
entrevista coletiva para anunciar o projeto, o Secretário-Chefe do Tesouro, Danny Alexander, parabenizou a NAPF e seus
investidores por utilizarem um modelo único para investir na infraestrutura do
país.
O
fundo é o primeiro passo do processo de implantação da Pensions Infrastructure Platform (PIP), uma plataforma de
investimentos que pretende levantar £2 bilhões para projetos similares. A NAPF
promete a criação de uma série de fundos administrados ‘por fundos de pensão
para fundos de pensão’, estratégia que, segundo especialistas, pode ameaçar o
modelo de negócios de determinados bancos e gestoras de ativos que cobram taxas
expressivas dos planos para realizar esse tipo de investimento.
A
PIP da NAPF terá taxas de administração de aproximadamente 0,5% sobre os ativos
a cada ano, patamar inferior ao praticado por gestores privados (1%), que
muitas vezes cobram, ainda, uma taxa de performance.
O
fundo tem como alvo investimentos de baixo risco e expectativa de retorno de
2,5% anuais acima do Índice de Preços ao Consumidor. A rentabilidade atrelada à
inflação é interessante para os fundos de pensão, uma vez que o valor dos
benefícios previdenciários acompanha a evolução do indicador.
Joanne
Segars, CEO da NAPF, descreveu o lançamento do fundo como um ‘marco histórico’.
“O objetivo original da plataforma é fazer com que os ativos de infraestrutura
funcionem para os fundos de pensão, provendo-lhes investimentos de longo prazo
e baixo risco com fluxo de caixa atrelado à inflação.”
Financial News