O
Tribunal Constitucional da Polônia decidiu que a reforma previdenciária - que
transferiu os recursos dos fundos de pensão para o Estado - não violou a Constituição.
A
decisão evitará que a Polônia sofra com o aumento significativo na dívida
pública, como alguns temiam, principalmente os membros do Partido da Lei e
Justiça (PiS) que ganhou as eleições parlamentares no mês passado e formam
agora um novo governo.
As reformas previdenciárias realizadas
em 2014 pelo governo de centro-direita transferiram os ativos de fundos de
pensão privados para o Estado. A manobra reduziu a dívida pública polonesa para
cerca de 8% do Produto Interno Bruto, dando à Varsóvia maior liberdade para tomar
empréstimos e fazer uso dos recursos.
A transferência movimentou US$ 39,34
bilhões em títulos dos fundos privados para a Previdência Social estatal (ZUS),
reduzindo pela metade os ativos gerenciados pelos fundos de pensão.
O ex-presidente Bronislaw Komorowski
e a ex-ouvidora Irena Lipowicz haviam pedido ao Tribunal que emitisse uma
decisão acerca da legalidade de alguns aspectos da reforma.
Na última quarta-feira, o Tribunal
confirmou que a maior parte das reformas está dentro da lei, incluindo-se aí a
transferência de ativos para o ZUS e a proibição de que os fundos privados
invistam em títulos.
A dívida pública da Polônia chegou a
48% do PIB em 2014 segundo os padrões contábeis locais. O país possui um limite
de endividamento de 60% do PIB previsto na Constituição. Ultrapassar esse
limite implicaria em cortes drásticos no orçamento em anos posteriores.
Antes da reforma de 2014, os fundos
privados possuíam um volume de ativos equivalente a um quinto da produção
econômica polonesa. Além disso, estavam entre os maiores investidores da Bolsa
de Varsóvia.
Desde a reforma, o principal índice da
Bolsa de Valores de Varsóvia sofreu uma queda de 10%. No final de outubro, os
ativos dos fundos de pensão somavam 147,5 bilhões de zlotys (US$ 1 = 3.8890
zlotys)
Reuters