O Partido Nacional de Oposição
(PNP) advertiu o governo jamaicano sobre sua decisão de mexer no Fundo de
Promoção do Turismo (TEF), uma medida que, segundo o PNP, colocará o fundo de
pensão do turismo “em perigo”.
Em visita ao Parlamento para
apresentar o orçamento de 2017/18, o ministro das Fazenda, Audley Shaw, disse
que espera atingir um superávit total de US$ 19 bilhões levando-se em conta os
recursos depositados no Fundo da Autoridade de Aviação Civil da Jamaica; Fundo
para a Cultura, Saúde, Artes, Desporto e Educação; e o Fundo de Promoção do
Turismo, que serão repassados ao governo central. Este, por sua vez, “tomará as
medidas adequadas para que as dotações orçamentárias cumpram o seu papel”,
declarou o ministro.
O
fundo de pensão destina-se ao pagamento de benefícios a 90 mil trabalhadores do
setor, devendo receber aportes do TEF no valor de 1 bilhão ao longo de cinco
anos.
O
TEF é financiado por uma taxa de US$ 10 cobrada de cada turista que visita o
país. A receita anual média de 5 bilhões.
O
plano de pensão está sendo desenhado para pagar, inicialmente, benefícios
mínimos de 200 mil dólares jamaicanos anuais para cada trabalhador que atingir
a idade de aposentadoria.
A
Associação de Hotelaria e Turismo da Jamaica (JHTA) manifestou-se contrária à
intenção do governo de transferir dinheiro do setor de turismo ao Tesouro
Central.
Nesta
semana, após o pronunciamento do ministro da Fazenda, o porta-voz do PNP, Wykeham
McNeill, expressou preocupação com o futuro do fundo de pensão que está sendo criado para gerenciar os
benefícios de aposentadoria dos trabalhadores do turismo.
“Se
retirarmos os recursos do fundo do turismo, como vamos financiar a criação e
manutenção do fundo de pensão nos próximos quatro a cinco anos? Mesmo que
tenhamos recursos suficientes para este ano, o que acontece depois?”,
questionou McNeill durante uma coletiva de imprensa realizada na sede do PNP após
o anúncio do orçamento.
McNeill
disse que conversas com a JHTA levam a crer que a associação irá rever a sua
decisão de entrar no plano de pensão, especialmente face ao aumento de custos
acarretado pela elevação dos preços da energia elétrica e do imposto sobre propriedades.
“Governar
é fazer escolhas. A posição econômica do governo é uma escolha e essa, em
especial, não é boa, dado que está surtindo um efeito negativo sobre todas as
outras indústrias”, disse ele.
Enquanto
isso, o senador da república e presidente do Sindicato Industrial de
Bustamante, Kavan Gayle, tem pedido aos ministros do Turismo e da Fazenda que
tranquilizem os trabalhadores, assegurando-lhes que “o que está sendo sugerido
por McNeill não deve acontecer”.
“Temos
a preocupação de que o fundo de pensão para os trabalhadores do turismo, que vem
sendo prometido por sucessivas administrações, de fato comece a operar porque
os funcionários de hotéis e resorts há
tempos clamam por algum tipo de suporte previdenciário. Não queremos que
nenhuma barreira impeça que o fundo inicie as suas atividades”, disse Gayle ao Jamaica Observer.
Jamaica Observer