Os pensionistas do ABP não receberão aumento em 2016. A informação foi dada pelo próprio fundo nessa terça-feira, antes da publicação de seu balanço trimestral.

O ABP é o fundo responsável pelo pagamento de pensões a funcionários públicos e professores holandeses e, com ativos da ordem de 344 bilhões de euros, está entre os maiores do mundo. A chance das pensões aumentarem na mesma proporção que os salários é “muito improvável no futuro próximo”, informou a CEO da fundação, Corien Wortmann-Kool, em entrevista ao jornal NRC.

As baixas taxas de juros têm colocado forte pressão sobre os níveis de fundeamento do ABP, argumenta Corien. A ausência de reajustes no valor das pensões nos últimos anos já é responsável por uma defasagem de 10% em relação aos salários.

Atualmente, o Banco Central holandês tem pressionado o fundo para que as pensões sejam reduzidas, gerando, consequentemente, maiores salários. Seu presidente, Klaas Knot, afirmou recentemente que os holandeses estão poupando demais e que deveriam acumular pensões mais modestas.

Wortmann-Kool disse ao NRC que discorda de Knot. “Em Haia, eles falam livremente sobre acumular menos benefícios e aumentar os impostos sobre as contribuições. Antes que percebamos, os bilhões acumulados em poupança previdenciária tornam-se alvo fácil, e isso não pode acontecer.”

Ela é a favor de que cada indivíduo possa poupar mais se assim desejar. “Seria bom se houvesse maior flexibilidade. Os fundos de pensão são bastante diferentes uns dos outros e os políticos não deveriam tentar enquadrá-los no mesmo conjunto de regras rígidas”, disse ela ao jornal.