FUNDO DE PENSÃO JAPONÊS INVESTE EM INFRAESTRUTURA


O Government Pension Investment Fund (GPIF) está investindo na estruturação de uma área especializada em investimentos alternativos após aumentar em mais de dez vezes suas apostas em projetos de infraestrutura com o intuito de obter retornos mais elevados do que os providos pelos títulos públicos. 

O maior fundo de pensão do mundo (US$ 1,1 trilhões sob gestão) está contratando funcionários para o departamento de investimentos alternativos, informou Shinichirou Mori, diretor da área de planejamento da entidade.

Segundo dados do próprio GPIF, os investimentos em infraestrutura chegaram a 70 bilhões de ienes no final de setembro contra 5,5 bilhões no fim do mês de março. A decisão do fundo de investir no segmento têm atraído interesse de outros países, a exemplo da Índia, cujo ministro de ferrovias já expressou o desejo de ter o fundo como investidor em projetos ferroviários.

“Os investimentos em infraestrutura podem gerar receitas estáveis e de longo prazo, que são úteis ao financiamento de benefícios previdenciários”, disse Mori. “Ainda não definimos quantas pessoas serão contratadas para compor o novo departamento. Se houver disponibilidade de profissionais qualificados nós iremos recrutá-los.”

Processo de envelhecimento

O fundo japonês tem investido mais em ativos com maior risco a fim de elevar os retornos à medida que aumenta o número de aposentados e o primeiro ministro Shinzo Abe tenta estimular a inflação que corrói os retornos fixos providos pelos títulos.

No mês passado, com a queda da rentabilidade da carteira de renda variável, o fundo divulgou seu pior resultado trimestral desde 2008. O GPIF perdeu 5,6% no último trimestre devido à desvalorização da moeda chinesa e ao impacto em potencial do aumento das taxas de juros nos EUA, com consequente interferência nos mercados de ações globais.

No final de setembro, cerca de 53% dos ativos do fundo estavam investidos em títulos. Os investimentos em renda variável são amplamente passivos, o que significa que os retornos buscam tipicamente replicar os benchmarks. Na época, o fundo dedicava 0,05% de seus ativos a alternativos.

Laços com o Canadá

Em fevereiro de 2014, o GPIF se uniu ao Ontario Municipal Employees Retirement System (OMERS) e ao Banco de Desenvolvimento do Japão para investir em infraestrutura, mirando geração de energia, linhas de transmissão, gasodutos e ferrovias em países desenvolvidos. Ao longo dos próximos cinco anos, o fundo pode ampliar sua carteira de infraestrutura para até 280 bilhões de ienes, o que está previsto no contrato da parceria.

O departamento de investimentos alternativos também pode investir em private equity e imóveis, embora ainda não o tenha feito, disse Mori. O fundo investirá cerca de 5% de seus ativos - o equivalente a 7 trilhões de ienes - em alternativos. Mori não quis dar maiores detalhes sobre tais investimentos.

Em 2015, os investimentos em infraestrutura foram feitos conjuntamente com o OMERS. As decisões de investimento cabem à Nissay Asset Management Corp., conforme mandato concedido pelo GPIF. 



Bloomberg
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