Cerca de um milhão de chilenos participaram de um plebiscito não
vinculante que busca legitimar a demanda por um modelo previdenciário que
substitua o atual sistema imposto em 1981 pela ditadura de Augusto Pinochet.
Desde o dia 29 de setembro, o grupo No + AFP promove uma consulta por meio
de mesas de votação instaladas em diversas cidades e uma página eletrônica apta
a receber respostas à consulta.
Luis Mesina, porta voz do grupo, manifestou sua alegria ao anunciar para
a imprensa a boa acolhida dos chilenos. “Não esperávamos alcançar tamanhos
níveis de participação. Foi incrível”, enfatizou.
Faz 26 anos que os cidadãos chilenos são obrigados a depositar a sua
poupança de aposentadoria em contas individuais administradas por entidades
privadas denominadas Administradoras de
Fondos de Pensiones (AFP).
Atualmente, 90,75% dos aposentados recebem pensões mensais inferiores a
154.304 pesos (cerca de 233 dólares), quase a metade do salário mínimo do país
sul-americano.
Esse montante mensal equivale a algo entre um terço e 50% dos
rendimentos médios dos trabalhadores, levando-se em conta toda a sua vida
laboral, antes da criação das AFPs.
Luis Mesina explica que a página eletrônica para a votação teve problemas
técnicos e que várias regiões também enfrentaram dificuldades com a votação
presencial.
Desde o ano passado, milhares de chilenos foram às ruas da capital,
assim como de outras cidades importantes do país, para defender o fim das AFPs.
A pensão a qual têm direito os trabalhadores chilenos depende do
comportamento dos mercados e da rentabilidade obtida sobre as contribuições
mensais às AFPs (o equivalente a 10% dos salários).
Devido aos protestos, o poder Executivo anunciou, há alguns meses, o
aumento das taxas de contribuição de 10% para 15%. Esses 5% adicionais seriam
arcados pelo empregador, sendo uma parte destinada a um fundo coletivo e outra
utilizada para aumentar o valor dos benefícios pagos atualmente.
Deutsche Welle