A
Rolls-Royce Holdings, empresa
britânica de maior prestígio no mundo, fechou um acordo de mais de £1 bilhão
para se livrar de parte dos passivos previdenciários em meio à ampla reestruturação
promovida pelo novo CEO.
A Sky News apurou que a Rolls-Royce concordou com os termos da
transação em que a Legal & General
(L&G) assumirá a responsabilidade pelo pagamento dos benefícios de
aposentadoria de aproximadamente 10 mil atuais e ex-funcionários.
Os trabalhadores afetados pertenciam
ao plano de Benefício Definido administrado pela Vickers, empresa especializada
em propulsão marítima adquirida pela Rolls-Royce em 1999. O negócio de £576
milhões foi, na época, a maior aquisição na história da Rolls-Royce.
A transferência do plano da Vickers
para a L&G inclui a garantia de pagamento dos direitos acumulados pelos
participantes, refletindo uma tendência cada vez mais forte em prol de
operações de buyout por empresas de
grande porte.
A L&G tem realizado grandes operações
de transferência de risco previdenciário no Reino Unido, competindo com outras
seguradoras especializadas como a Rothesay
Life e a Pension Insurance
Corporation.
Entre as grandes empresas com as
quais a L&G fechou acordos similares estão a gigante petroquímica ICI e a
fabricante de peças automotivas TRW.
O acordo da L&G com a
Rolls-Royce ocorre semanas após o grupo de engenharia, que ainda se recupera de
recorrentes perdas de lucratividade registradas na gestão anterior, ter
anunciado a união dos demais planos BD num único programa.
Warren East, que foi lançado a CEO
do grupo no ano passado, fez mudanças significativas na gestão da Rolls-Royce,
incluído cortes significativos no quadro de funcionários.
A consolidação dos planos permitiu o
aumento de benefícios para os cerca de 86 mil participantes do novo programa
previdenciário, que conta com um superávit da ordem de £1 bilhão.
A empresa já havia feito um hedge contra eventuais cortes nas taxas
de juros, protegendo-se, assim, de muitos dos problemas enfrentados por outros
planos de pensão.
A queda da rentabilidade dos títulos
públicos ocorrida após a votação do Brexit
trouxe o problema de volta ao topo da agenda dos patrocinadores de planos.
No mês passado, o Financial Times atribuiu a seguinte
declaração a Joel Griffin, diretor da área previdenciária da Rolls-Royce: “O Brexit acabou não trazendo prejuízos a todos
os patrocinadores de planos”.
Tanto a Rolls-Royce quanto a L&G
não quiseram se manifestar sobre o acordo.
Sky News