As
pressões sobre o fundo de pensão da China devem aumentar nos próximos anos.
Como resultado, o governo precisará elevar gradualmente a idade mínima de
aposentadoria, afirmou um representante do governo.
Yin
Weimin, ministro de Recursos Humanos e Previdência Social chinês, disse que o
governo irá elevar gradualmente a idade mínima de aposentadoria, que hoje pode
chegar a 50 anos para as mulheres. Sem dar maiores detalhes acerca de quando isso
deve acontecer, o ministro assegura que quaisquer mudanças serão implementadas
gradualmente, ao longo de cinco anos.
Há
tempos os analistas alertam sobre a crise na previdência estatal chinesa e a
falta severa de fundeamento. Alguns estimam que o déficit pode alcançar a marca
de US$ 11 trilhões nos próximos 20 anos. Yin salienta que, no momento, a
situação financeira não é tão ruim, embora reconheça que os desafios serão
consideráveis no futuro. “O fundo de pensão sofre enorme pressão no que diz
respeito à manutenção do equilíbrio no futuro”, disse o ministro a repórteres
em entrevista concedida durante o encontro anual do governo chinês no
Parlamento.
A
receita do fundo foi de 2,3 trilhões de ienes (US$367,3 bilhões) em 2014, 2
trilhões a mais que os gastos totais registrados no ano.
Contudo,
nos próximos anos, a proporção de chineses com mais de 60 anos chegará a 39% da
população (contra 15% atuais), informa Yin. Tal crescimento afetará a razão de
dependência – proporção de pessoas com menos de 15 anos ou mais de 64 anos em
relação à população em idade ativa – de atuais 3,04 para 1,3.
À
medida que a economia chinesa tem seu ritmo de crescimento diminuído para 7%
neste ano - o menor nos últimos 25 anos -
Yin advoga que o mercado de trabalho também sofrerá pressões.
O
nível de emprego caiu em janeiro e fevereiro comparado ao mesmo período do ano
passado, afirmou o ministro, que diz estar confiante de que a China ainda tem
condições de gerar mais de dez milhões de novos postos de trabalho em 2015.
Líderes
chineses têm afirmado que o crescimento mais lento da economia pode ser
tolerado como parte do processo reformador contanto que os níveis de emprego
mantenham-se saudáveis.
Algumas
autoridades explicam que o mercado de trabalho chinês mostrou-se resiliente no
ano passado, apesar da diminuição do ritmo da economia, em função do rápido
crescimento do setor de serviços e a elevada criação de postos de trabalho em
industrias emergentes como a de comércio eletrônico.
(US$1
= 6,2628 ienes)
Reuters