A gestora imobiliária britânica Mears tem planos de adquirir unidades residenciais com recursos de fundos de pensão e usá-las como abrigo para o crescente número de famílias sem-teto na capital. 

A Mears, que também fornece reparos e serviços de manutenção para associações de condomínios, está na fase inicial de negociação com Boris Johnson para que o governo apoie o sistema.

A empresa, prestes a fechar acordo com três autoridades locais, vai adquirir propriedades  dentro de um contrato nominal de 40 anos com o conselho que serão gerenciadas pela própria Mears.

Atualmente, os conselhos alugam acomodações temporárias de proprietários privados, mas estão preocupados com o possível abandono do mercado por parte destes, que podem conseguir melhores retornos com inquilinos privados ao invés do governo face à elevação do valor dos alugueis.

A Mears afirma que o retorno provido pelas acomodações temporárias advêm de um investimento de baixo risco, já que a demanda por acomodações para os sem-teto tende a continuar em alta.

Uma câmara municipal cujo nome não foi divulgado pela Mears, que abriga atualmente 600 famílias, pediu que a empresa comprasse 400 lares do setor privado - no valor £80 milhões - com um contrato nominal por 40 anos. A autoridade local acredita que a decisão lhe poupará £2,7 milhões por ano.  Há outras negociações similares em curso.

Não é possível saber com clareza quais são os fundos de pensão envolvidos nesse processo. John Taylor, diretor de gestão da Mears, afirma: “Nós tivemos uma reunião com a Greater London Authority (GLA), eles gostaram do modelo e estão interessados em garantir o seu funcionamento nas áreas mais caras da cidade...”