Na
semana passada, foi introduzida na Câmara e no Senado uma legislação
bipartidária visando à criação de um programa emergencial de concessão de
empréstimos que permitirá que o plano de previdência dos trabalhadores do setor
de mineração (United Mine Workers of
America 1974 Pension Plan) evite a insolvência.
Em
30 de junho de 2016, o fundo de pensão possuía US$ 4,1 bilhões em ativos e US$ 6,17
bilhões em passivos, além de 10 vezes mais aposentados que participantes
ativos, registrando um nível de fundeamento de apenas 39,8% segundo padrões
atuariais.
A minuta,
batizada de American Miners Pension Act,
propõe que o Departamento do Tesouro empreste ao fundo de pensão até US$ 600
milhões ao longo dos próximos 30 anos. O fundo pagaria apenas 1% de juros nos
10 anos iniciais.
O
fundo, que segundo projeções deverá tornar-se insolvente até 2022, teria que comprovar,
anualmente, que está solvente e que terá condições de pagar o empréstimo.
A
legislação também permitiria que recursos excedentes do Programa de Recuperação
de Áreas de Mineração Abandonadas do Departamento de Interior sejam transferidos
para o fundo de pensão, refletindo um acordo similar aprovado pelo Congresso em
maio que permite que recursos excedentes do programa sejam utilizados para
pagar benefícios do fundo de assistência à saúde dos mineiros.
Entre
os autores da lei estão o senador democrata Joe Manchin, a senadora republicana
Shelley Moore Capito e o deputado republicano David McKinley, todos do estado
de West Virginia, além do deputado democrata Peter Welch, do estado de Vermont.
O
fundo de pensão dos mineiros registrava um nível de solvência de 94% antes da
recessão, que acarretou perdas de US$ 2 bilhões nos investimentos, afirmou
Cecil E. Roberts, presidente do sindicato United
Mine Workers of America International durante uma coletiva de imprensa na
semana passada.
O
fundo também sofreu com inúmeras falências na indústria do carvão, resultando
na redução das contribuições de US$ 100 milhões para US$ 25 milhões anuais em
anos recentes.
Com
60% dos beneficiários do plano recebendo menos de US$ 1.000 por mês em pensões,
o fundo não pode reduzir benefícios para se manter solvente.
Roberts
advertiu que a insolvência do fundo de pensão pode trazer riscos para o programa
de multipatrocinados do esquema garantidor Pension
Benefit Guaranty Corporation (PBGC), que deverá ficar insolvente até 2025.
Se isso acontecer, o PBGC teria que reduzir significativamente a assistência
financeira dada aos participantes de todos os planos cobertos; caso contrário,
o Congresso terá que direcionar um volume de recursos muito maior para o
esquema garantidor.
A
legislação proposta “poupa recursos do governo”, disse Roberts. “Se o nosso
plano entrar em colapso, o PBGC também irá pelo mesmo caminho.”
O direcionamento
de recursos do Programa de Recuperação de Áreas de Mineração Abandonadas para
os planos de benefícios do sindicato foi permitido pela primeira vez graças a
um acordo firmado em 1946 entre o presidente Harry Truman e o presidente do
sindicato, John L. Lewis, disse que o senador Manchin, acrescentando que “a
cada dia que passa sem que seja dada uma solução para o problema, os custos só
aumentam”.
Roberts
disse em entrevista que os presidentes do país e do sindicato têm honrado o
acordo desde então e que ele está confiante de que o presidente Donald Trump
também o fará dado o apoio que vem demonstrando aos trabalhadores da indústria
de carvão. “Temos um longo e frutífero histórico de relacionamento”, afirmou Roberts.
Pensions & Investments