Apesar das taxas de juros ligeiramente mais elevadas e do
crescimento dos mercados de ações em todo o mundo, os fundos de pensão privados
da Holanda continuaram registrando um desempenho aquém do desejado no primeiro
semestre de 2017. Ainda assim, os níveis de cobertura (Coverage Ratio) apresentaram melhora, reportou o jornal Telegraaf na última segunda-feira.
O índice de cobertura indica o volume de recursos disponível
para cobrir as atuais e futuras obrigações previdenciárias. Logo, um índice de cobertura
de 110% indica que há €1,10 disponível para cada €1 em obrigações previdenciárias.
A fim de evitar problemas, os fundos de pensão são
obrigados a ter um “colchão” mínimo de cobertura de 5%. No entanto, é
necessário um colchão de 20% para se qualificar como um fundo de pensão
verdadeiramente saudável e, segundo o Telegraaf,
pouquíssimos fundos atingem esse padrão.
Os maiores fundos de pensão estão bem abaixo do nível mínimo
desejável: o fundo do setor de mineração - Pensioenfonds
Metaal & Techniek - possuía um nível de cobertura de apenas 96% no
primeiro semestre de 2017, embora tal patamar seja superior aos 92,8%
registrados no final de 2016.
O nível de cobertura do ABP, fundo de pensão do funcionalismo
público, por sua vez, chegou a 96% em 30
de junho, enquanto o fundo de pensão do setor de saúde, o Zorg & Welzijn, mantinha um nível de 94%. O fundo de
previdência do setor de construção, en contrapartida, encontrava-se bastante saudável
sob o ponto de vista financeiro, com um índice de cobertura de 110%.
Em breve, os fundos de pensão com pior desempenho terão
que reduzir as pensões se não atingirem o patamar mínimo.
O sistema previdenciário holandês baseia-se em três pilares:
o sistema estatal AOW, que garante benefícios integrais a todos os que viveram
no país por mais de 50 anos e pensões reduzidas aos demais indivíduos cobertos;
planos coletivos corporativos, que geralmente são de filiação obrigatória; e os
planos privados de pensão.
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