O número de fundos de pensão caiu de forma significativa em
muitos países da OCDE ao longo dos últimos 10 anos, com Holanda, Dinamarca e
Reino Unido registrando a maior retração em termos percentuais de acordo com um
estudo da organização.
No relatório Pension
Markets in Focus de 2016, a OCDE afirma que o número de fundos de pensão diminuiu
em 15 países-membros em 2015 em relação a 2005, sendo que 14 desses países são
europeus.
“As maiores
mudanças em relação a 2005 ocorreram na Holanda (-60,1%), Dinamarca (-60,0%) e
Reino Unido (-52,3%)”, diz o relatório.
Em se tratando
do número de fundos de pensão que deixou de existir, a maior queda registrada foi
no Reino Unido.
A redução do
número de fundos de pensão pode ser atribuída a fusões, aquisições ou
encerramentos de atividades, pondera o estudo. “Fusões entre fundos de pensão
resultam em economias de escala, tornando as entidades potencialmente mais
competitivas.”
O fechamento de
alguns fundos também pode ter acontecido em função de dificuldades para cumprir
os termos dos contratos ou atender aos requisitos de fundeamento no caso dos
planos de Benefício Definido (BD), argumenta a organização.
“A crise
financeira de 2008 e as decrescentes taxas de juros fizeram com que os níveis
de fundeamento dos planos BD se deteriorassem”, diz o documento, acrescentando
que as dificuldades em atingir os patamares mínimos de fundeamento podem ter
levado muitas entidades a encerrar suas atividades.
Entretanto, o total
de ativos investido por fundo de pensão aumentou entre 2005 e 2015 em quase
todos os países para os quais havia dados disponíveis.
Em relação à
consolidação dos sistemas previdenciários, especialmente na Europa, a OCDE
apresentou os resultados de uma análise que considera o número de fundos de
pensão em um determinado sistema e o total de retornos reais líquidos
produzidos.
“Os países nos
quais se observa a diminuição do número de fundos de pensão podem vir a
registrar retornos líquidos mais elevados caso os fundos com desempenho mais
baixo deixem o mercado”, diz o relatório. Por outro lado, os técnicos da
organização argumentam que um número reduzido de fundos de pensão pode levar a
uma situação de oligopólio, com menor competitividade entre as entidades em
comparação aos países onde há mais fundos em operação.
Os resultados demonstram
que entre 2005 e 2015, os países com 30 a 149 fundos de pensão registraram retornos
líquidos superiores àqueles cujo número de fundos era maior. Somente em 2015,
no entanto, parece não ter havido qualquer relação entre o número de fundos de
pensão e as taxas reais líquidas de retorno, afirma a OCDE.
IPE