HYMANS ROBERTSON: 57% DOS FUNDOS DE PENSÃO DO ÍNDICE FTSE 350 PAGAM MAIS DO QUE COLETAM


Mais da metade dos fundos de Benefício Definido patrocinados por empresas que compõem o índice FTSE 350 registra fluxos de caixa negativos no momento, revela uma nova pesquisa da consultoria Hymans Robertson.

O oitavo Pensions Analysis Report, produzido anualmente e publicado na última terça-feira, mostra que 57% desses fundos pagam hoje mais do que recebem em contribuições. No ano passado, tal proporção era de 50%.  

Um dos fatores por trás desse aumento é o número de participantes que têm optado por sacar os recursos dos fundos BD após a introdução de mudanças nas regras previdenciárias em abril de 2015, as chamadas “pension freedoms”. Outro fator é que esses fundos registram uma queda de quase 15% nos benefícios em fase de acumulação em função do fechamento a novos entrantes.

A pesquisa apurou que tais elementos tiveram um impacto maior do que os £2 bilhões (US$ 2,4 bilhões) adicionais em volume de contribuições patronais, que totalizaram £16 bilhões contra cerca de  £14 bilhões no ano passado.

Quando os fundos de pensão com fluxo de caixa negativo “não possuem estratégias de geração de receita, eles correm o sério risco de se verem obrigados a vender ativos para arcar com o pagamento de benefícios”, disse Jon Hatchett, sócio e chefe do departamento de Consultoria Empresarial da Hymans Robertson, em comunicado divulgado junto à pesquisa.

Hatchett afirma que a agência reguladora britânica - Pensions Regulator - salientou pela primeira vez, em seu relatório anual de 2016, a importância de os fundos de pensão fazerem um planejamento de fluxo de caixa. “Temos defendido essa abordagem por algum tempo. Trata-se de um assunto que os fundos de pensão devem tratar com a maior urgência”, acrescentou.

Hatchett declarou ainda que os fundos de pensão com fluxos de caixa negativos precisam investir em ativos geradores de renda, além de se certificarem da posse de ativos que ofereçam proteção contra taxas de juros e inflação.  

Em análise distinta, a consultoria JLT Employee Benefits afirmou que o déficit total de todos os fundos corporativos britânicos caiu 11,1%, para £447 bi, em outubro. Entretanto, no ano fiscal encerrado em 31 de outubro, o déficit aumentou 92,7%. O nível de fundeamento melhorou ao longo do mês, passando de 74% (em 30/09) para 76%, embora também tenha caído em relação ao patamar de 84% registrado em 31 de outubro de 2015.

Nas empresas do índice FTSE 350, o déficit total dos fundos de pensão caiu 6,2%, para £197 bilhões, e o nível de fundeamento permaneceu estável - em 77% - no mês de outubro. Durante o ano fiscal encerrado em 31 de outubro, o déficit cresceu 146,3% e o nível de financiamento no ano anterior - que girava em torno de 88% - sofreu forte redução.

 



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