O Fundo Monetário Internacional voltou a fazer exigências a
Portugal um ano após o resgate econômico do país.
A organização reconhece os avanços recentes na economia
portuguesa, embora as tenha considerado “demasiadamente tímidas”. Por isso, o
Fundo recomenda uma maior contenção dos gastos públicos, bem como a reforma do
sistema previdenciário e dos salários do país.
O governo de Passos
Coelho tem demonstrado otimismo: dados recentes indicam a redução do
déficit, que deve ficar abaixo de 3% este ano. O primeiro ministro havia
declarado que “nada nem ninguém poderia prejudicar o enorme sacrifício que os
portugueses vêm fazendo”, embora tenha dito, mais recentemente, que a população
precisa “fazer esforços ainda maiores”.
As reformas estruturais não devem ficar limitadas ao país
vizinho, disse a instituição chefiada por Christine Lagarde referindo-se à Espanha. Mas os esforços
portugueses parecem não ter fim tendo em vista que o número de trabalhadores
que ganham um salário mínimo - de 505 euros por mês - triplicou nos últimos
dois anos.
Melhora da competitividade
O fantasma da falência grega ainda paira sobre Portugal e a
Europa. O FMI teme que o governo português fique menos comprometido com o
ajuste fiscal à medida que os investimentos estrangeiros no país, sobretudo de
China e Angola, se multiplicam.
A curva de crescimento só pode ser ampliada caso a
competitividade das empresas portuguesas melhore, em especial num momento em que
as exportações para a China aumentam consideravelmente.
Caso
as reformas continuem, o FMI prevê que o desemprego deva diminuir
sensivelmente, chegando a 13,1% no final de 2015. No entanto, para que esse
objetivo seja alcançado, é preciso flexibilizar o mercado de trabalho, diz o
fundo.
ABC.es