FUNDO DINAMARQUÊS REDUZ PELA METADE A GESTÃO TERCEIRIZADA DE ATIVOS


O ATP, que gerencia £91 bilhões em ativos em nome de 5 milhões de participantes, costumava alocar mais de um terço de seus ativos de investimento (£ 11,4 bi) em gestoras externas de fundos.

No entanto, Kasper Lorenzen, diretor de investimentos da entidade, disse ao Financial Times que esse montante caiu 19% desde dezembro de 2014, uma perda de £ 2,2 bilhões para a indústria.

“Alguns desses mandatos mais tradicionais, nos quais você contrata um gestor de ativos que se propõe a rastrear um benchmark e superá-lo em, digamos, 14 pontos base... bem, nos meio que tentamos nos livrar deles”, explica Lorenzen.

Ele acrescentou que após a crise financeira, os investidores passaram a buscar alternativas mais baratas. “Acredito que o principal fator seja um maior enfoque nos custos. Creio que hoje há mais transparência. Há também muitos veículos de baixo custo disponíveis no mercado.”

O ATP se junta a um grupo crescente de detentores de ativos que vêm transferindo recursos de gestores ativos para fundos de gestão passiva mais baratos ou investimentos complexos como infraestrutura, derivativos e imóveis.

O CalSTRS, terceiro maior fundo de pensão dos EUA, disse ao Financial Times, em outubro, que planeja retirar cerca de US$ 20 bilhões de gestoras externas. No ano passado, a entidade já havia transferido para sua equipe interna a gestão de aproximadamente US$ 13 bilhões em ativos.

O Alaska Permanent Fund (US$ 55 bilhões sob gestão) declarou recentemente que retirará cerca de metade de seus ativos das mãos de gestores externos; o AP2 também diz ter encerrado diversos mandatos com gestores externos. O fundo sueco já transferiu mais de US$ 6 bilhões de asset managers para a sua equipe interna de investimentos nos últimos três anos.

No ano passado, o Railpen, plano britânico com £25 bilhões sob gestão, revelou ter economizado algo em torno de £50 milhões ao reduzir de dezessete para dois o número de gestores externos de renda variável com os quais trabalhava, assumindo a administração dos recursos.

A indústria de gestão ativa vem sofrendo forte pressão após ter decepcionado investidores com retornos ruins e altas taxas administrativas num período de baixas taxas de juros em que a obtenção de bons retornos torna-se ainda mais difícil.

No mês passado, o regulador britânico criticou a indústria por cobrar taxas elevadas e buscar o lucro a qualquer preço a despeito de sua incapacidade de superar benchmarks.



Financial Times
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