A cidade de Chicago teve a sua classificação de crédito reduzida ao
menor grau de investimento da Fitch após a Suprema Corte de Illinois ter frustrado
a tentativa do prefeito Rahm Emanuel de lidar com o crescente déficit dos
planos de pensão.
Na última segunda-feira, o rebaixamento para BBB - um degrau acima do nível
“junk” - afetou o volume de US$ 9,8 bilhões em títulos e US$ 486 milhões em
dívidas lastreadas em impostos sobre as vendas. A agência de rating disse que a perspectiva é
negativa, indicando que a classificação pode ser reduzida ainda mais.
A mudança veio após a
decisão proferida em 24 de março pelo tribunal superior do estado que
prejudicou os planos de Emanuel, os quais incluíam o aumento das contribuições de
empregados e empregadores aos fundos, além do corte de futuros reajustes nos benefícios.
A Corte entendeu que as medidas violariam algumas proteções garantidas aos
benefícios pela Constituição de Illinois, uma problema a mais para a cidade que
luta para lidar com o déficit de US$ 20 bilhões em seus fundos de pensão.
“A decisão da Suprema Corte
de Illinois de barrar reformas nas regras de quatro planos de pensão de Chicago
foi uma das piores coisas que poderiam acontecer para a classificação de
crédito da cidade”, disse a Fitch por e-mail.
Chicago já é a cidade americana
de grande porte com a pior classificação depois da falida Detroit, cujo rating é um nível abaixo do grau de
investimento segundo a Moody’s. O município enfrenta crescente pressão para
arcar com suas obrigações previdenciárias depois de anos sem reservar recursos
suficientes para fazer frente aos benefícios prometidos aos atuais e futuros
aposentados. Neste ano, a conta previdenciária da cidade deve ser mais que o
dobro do que era há uma década.
A necessidade de
colocar mais dinheiro do contribuinte no sistema previdenciário levou as
autoridades a impor um aumento recorde ao imposto sobre imóveis.
“A decisão do Supremo Tribunal de Illinois é
decepcionante. A capacidade da cidade para pagar suas dívidas e cumprir com
suas obrigações previdenciárias não mudou”, diz Carole Brown, diretora
financeira de Chicago.
Chicago Tribune