A
empresa de serviços financeiros dos Estados Unidos afirma em novo relatório que
os detentores de ativos deveriam “testar suas políticas de investimento para o
futuro” a fim de terem a certeza de que as mesmas possuem, de forma
equilibrada, segurança, liquidez e eficiência operacional.
Segundo Mark Austin, do braço
dedicado a investidores institucionais da Northern
Trust, “embora o ambiente de baixas taxas de juros, a dinâmica do mercado a
ele associada e mudanças regulatórias focadas em liquidez tenham afetado de
maneira diversa muitos investidores institucionais, vemos fundos de pensão sob forte
pressão como resultado da confluência desses fatores”.
Encontrar e manter um nível adequado
de liquidez já era de vital importância para a maioria dos planos de Benefício
Definido fechados a novos participantes e em fase de descapitalização, explica Austin.
Mas alcançar esse objetivo se tornou ainda mais desafiador, já que muitos
planos europeus têm tido dificuldade para equilibrar liquidez e rentabilidade,
acrescenta o especialista.
O relatório da Northern Trust - intitulado “Cash:
an Asset in Adolescence” - detalhou várias razões para as dificuldades
enfrentadas pelos detentores de ativos atualmente.
Em primeiro lugar, investidores como
os fundos de pensão aumentaram sua alocação em moeda porque precisam dar suporte
às estratégias de investimento, mas no atual ambiente de baixas taxas de juros,
a taxa de retorno, que é praticamente zero, pode se tornar negativa após a
inflação.
Em segundo lugar, a consultoria
indica que determinadas regulações, como a European
Markets Infrastructure Regulation, que demanda que os derivativos de balcão
passem por uma câmara de compensação central, já impõem, por si só, desafios de
liquidez.
“A moeda é um importante facilitador
de investimentos, mas os fundos de pensão não conseguem lucrar com ela, nem
investir sem ela”, declara Austin.
Entretanto, os fundos de pensão se
veem impossibilitados de adotar uma posição passiva em relação à moeda na
medida em que a liquidez disponível no mercado diminui, assim como os retornos
sobre as aplicações em moeda, disse ele.
A Northern Trust alega que para começar a lidar com o “dilema de
liquidez”, os fundos de pensão devem enxergar as carteiras de investimentos sob
a perspectiva da liquidez, mantendo uma “escada de liquidez” e considerando as
suas necessidades futuras de moeda.
Os fundos de pensão também devem
modelar e testar os perfis de liquidez dos ativos a fim de tomarem ciência do
que pode acontecer com a liquidez na pior das hipóteses, bem como em mercados
“normais” e “sob stress”.
Além disso, os fundos devem definir
alocações otimizadas em moeda para o curto e o longo prazo.
Penelope Biggs, chefe da consultoria
na Europa, Oriente Médio e África, observou: “Acreditamos que compreender o
portfólio e a sua evolução sob o ponto de vista da liquidez é fundamental, em
especial porque o custo da liquidez da moeda deverá continuar aumentando.”
IPE