Organizações trabalhistas da Finlândia chegaram a um acordo sobre os detalhes da tão esperada reforma previdenciária do país, que aumentará a idade de aposentadoria gradualmente até 2025 para depois atrelá-la ao aumento da longevidade.
As organizações - Organização Central dos
Sindicatos Finlandeses (SAK), Confederação Finlandesa da Indústria (EK), Empregados
dos Governos Locais (KT) e Confederação Finlandesa de Empregados Assalariados (STTK)
– assinaram um acordo na sexta-feira que definirá as mudanças nas pensões
baseadas em renda. O Ministro de Assuntos Sociais e Saúde dará início ao
processo de ajustes na legislação seguindo o que foi acordado pelos parceiros
sociais.
O objetivo da reforma, que entrará em vigor
no início de 2017, é prolongar a vida laboral e diminuir a lacuna de
sustentabilidade da economia como um todo em 1% do PIB, informaram o Centro
Previdenciário Finlandês e a Aliança Previdenciária Finlandesa TELA.
Segundo o acordo previdenciário, a partir de
2017, a idade mínima para que o trabalhador tenha direito ao beneficio por
idade será ajustada gradualmente em três meses por ano até atingir 65 anos. A
partir daí, tal idade será então vinculada à expectativa de vida a fim de
garantir que a vida laboral do indivíduo em relação ao tempo de aposentadoria
mantenha-se no patamar de 2025. Para manter essa proporção, os fatores que
afetam a duração da vida laboral e a sustentabilidade social e financeira das
pensões baseadas em renda serão revisados regularmente.
O movimento será monitorado através de
avaliações tripartites (parceiros sociais e governo) a cada cinco anos,
determina o acordo. A aliança TELA, que representa as companhias seguradoras
responsáveis pelo provimento dos benefícios baseados em renda, afirmou que o acerto
evitará greves e resistência futuras.
Entretanto, nem todas as partes ficaram
satisfeitas com o acordo. Reijo Vanne, diretor da TELA, declarou que “o
problema é que os sindicatos que congregam profissionais com um nível
educacional mais elevado não aceitaram o acordo”. Os sindicatos de acadêmicos demandavam
níveis mais elevados de acúmulo de direitos, disse ele. “O argumento é que
pessoas com maior capacitação não têm tempo suficiente para acumular benefícios
adequados”, observou Vanne.
A reforma também define a possibilidade de
aposentadoria precoce aos 63 anos para aqueles que tenham tido uma vida laboral
extensa ou difícil, afirmou o Centro Previdenciário Finlandês. A atual pensão por empregos em meio período
será abolida e substituída por um benefício diferido de aposentadoria parcial,
com condições especiais.
As taxas de acúmulo de beneficio serão
padronizadas a fim de que os trabalhadores de todas as idades acumulem,
anualmente, 1,5% sobre os salários. A permanência do indivíduo no mercado de
trabalho após a idade mínima de aposentadoria será recompensada com um
incremento mensal de 0,4%.
Após 2017, as contribuições previdenciárias
serão baseadas na renda bruta, uma vez que o índice contributivo para as
pensões baseadas em renda deixará de ser aplicado sobre a renda líquida. Entre 2016 e 2019, o nível contributivo
combinado de empregados e empregadores será de 24,4%, embora esse patamar seja
temporariamente reduzido em 2016 conforme determinou o acordo.
IPE