MINISTRO HOLANDÊS QUER QUE FUNDOS DE PENSÃO INVISTAM MAIS LOCALMENTE


Henk Kamp, ministro de Assuntos Econômicos da Holanda, disse que pedirá que os fundos de pensão do país invistam mais localmente.

Respondendo a perguntas feitas por Martin van Rooijen, parlamentar do 50plus, partido político que representa os idosos holandeses, Kamp sugeriu que a mudança não implicaria em redução de rentabilidade.

 

Segundo o ministro, os fundos de pensão investem atualmente apenas 2% dos seus ativos nos Países Baixos, enquanto as seguradoras investem 30% localmente.

 

Kamp enfatizou a importância de uma estrutura econômica forte para a sociedade, “já que os participantes de fundos de pensão também irão se beneficiar da mudança”.

 

O ministro acrescentou que pretende conversar com as entidades “sem impor regras ou fazer pressão e ameaças”.

 

Em recente aparição na TV, Kamp falou sobre o papel dos fundos de pensão na economia. Em sua opinião, os planos de pensão poderiam desempenhar um “papel estabilizador na volátil economia internacional” através de investimentos em multinacionais holandesas.

 

“Seria bom que os fundos não se preocupassem apenas com a rentabilidade, levando em conta, também, resultados que beneficiem a Holanda”, explicou o ministro.

 

Na opinião de Van Rooijen, os comentários soaram como um incentivo para que os fundos de pensão se desviem de seu principal objetivo, que é o de investir  com o intuito de proteger os interesse de participantes e beneficiários.

 

O ministro de Assuntos Econômicos também comparou as alocações domésticas de fundos de pensão e seguradoras quando o Instituto de Investimento Holandês (Dutch Investment Institute - NLII) foi criado, em 2014.

 

Na época, ele sugeriu que os fundos de pensão aumentassem suas alocações locais em “mais de um ponto percentual”, mas, no passado, os gestores de ativos holandeses não demonstraram entusiasmo em aumentar os investimentos domésticos.

 

Para se ter uma ideia, durante um congresso organizado pela Federação Previdenciária em 2013, Toine van der Stee, executivo-chefe da gestora de ativos Blue Sky (€ 20 bilhões sob gestão), disse que a empresa não mudaria sua política de investimento “porque os políticos afirmam ser necessário”. “Não somos uma instituição filantrópica. Nossa tarefa é oferecer poder de compra aos participantes de nossos clientes institucionais.”   



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