ALERTA SOBRE OS PERIGOS PREVIDENCIÁRIOS


Inúmeros fundos de previdência e planos de pensão foram fechados em consequência da crise financeira de 2013, e atrasos na realização de reformas aumentam o risco de que a atual força de trabalho acabe sem dinheiro suficiente para se aposentar, alertou nesta quarta-feira o Conselho Fiscal, watchdog do governo de Chipre, ao divulgar seu mais recente relatório trimestral. 

 “O Conselho considera que é preciso acelerar a modernização das estruturas, incluindo a criação de uma autoridade de supervisão eficaz para os fundos de pensão”, disse o relatório.

“Além disso, o Conselho considera haver a necessidade de medidas que garantam o pagamento de benefícios adequados para as atuais e futuras gerações.”

Entre as propostas do Conselho estão incentivos para estimular a poupança previdenciária a fim de se preencher a lacuna criada durante a crise e mecanismos que ponham um fim às práticas do passado, que levaram à má gestão dos recursos previdenciários bem como ao uso das reservas para fins alheios ao financiamento da aposentadoria.

Na terça-feira, a Associação dos Empregadores (OEV) realizou uma conferência para discutir as perspectivas para o sistema previdenciário de Chipre. Na ocasião foram iniciadas discussões sobre possíveis reformas.

De acordo com um relatório da Aon Hewitt citado na conferência, os trabalhadores precisam poupar cerca de sete vezes o seu salário anual a fim de manterem o padrão de vida na aposentadoria, e apenas três em cada dez indivíduos da atual força de trabalho têm conseguido fazê-lo. O estudo recomenda que os trabalhadores que ainda não pouparam o suficiente “aumentem as suas contribuições ou adiem a aposentadoria”.

Dirigindo-se ao participantes da conferência, o atuário e sócio da Aon Hewitt (Chipre) Philippos Mannaris disse que essas medidas terão que ser institucionalizadas porque com as taxas de juros atuais, que giram em torno de zero, cada ano adicional de expectativa de vida aumenta o custo com o pagamento de pensões em cerca de 5%. “Há uma enorme melhoria na expectativa de vida”, disse Mannaris.

“Com níveis de dívida bastante elevados em todas as grandes economias, temos diante de nós um longo período de baixas taxas de juros que associadas ao aumento da expectativa de vida tornarão as pensões extremamente onerosas. Isso coloca os fundos de pensão em péssima situação. É isso que temos visto em todos os principais mercados. Os fundos de pensão estão indo ladeira abaixo e não há perspectiva de recuperação.”

De acordo com a ministra do Trabalho, Zeta Emilianidou, o governo já autorizou o seu ministério e o das Finanças a darem início às discussões sobre o tema.

O chefe da OEV, Christos Michaelides, disse que a associação concorda haver imensa necessidade por reformas no sistema previdenciário. “Chegou a hora de todas as partes interessadas se engajarem num diálogo construtivo para o sistema, discutindo a viabilidade e a gestão dos fundos de pensão”, disse ele.



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