Na tentativa de prevenir, ou pelo menos adiar, a inadimplência no
pagamento dos aposentados, Taiwan optou pela adoção de cortes profundos nas
pensões de professores de escolas públicas, funcionários públicos e indicados
políticos.
“Agora que essas leis
foram aprovadas, a bancarrota do sistema previdenciário não é mais uma crise
urgente em Taiwan”, disse a presidente do país, Tsai Ing-wen, em nota.
Na ausência de
mudanças, segundo dados oficiais, as pensões dos funcionários públicos deixariam
de ser pagas até 2030. No ano seguinte seria a vez das pensões dos professores.
“Estima-se que essas medidas
deverão economizar US$ 45,8 bilhões aos cofres públicos”, disse Tsai. “Vamos
pegar esses recursos e injetá-los no Fundo de Pensão do Serviço Público para
garantir a sua viabilidade por pelo menos mais 30 anos.”
Os cortes incluem a
eliminação de uma taxa de juros preferencial de 18% que os professores das
escolas públicas recebem em suas contas de poupança. De acordo com as novas
regras, a taxa de juros de 18% sobre a poupança dos professores que recebem US$
1.074 por mês ou mais em renda de aposentadoria será reduzida para 9% entre 1
de julho de 2018 e 31 de dezembro de 2020 e então para zero a partir de 1º de
janeiro de 2021.
Para os aposentados que
optaram pelo pecúlio ao invés de benefícios mensais, a taxa preferencial de
juros diminuirá para 6% ao longo de um período de seis anos.
Tsai disse que todos os
sistemas previdenciários precisam ser continuamente ajustados a fim de se
manterem sincronizados aos novos tempos. “Com a reforma criamos um mecanismo de
revisão periódica”, disse. “Após essa experiência bem-sucedida, quando chegar o
momento para uma nova reforma, teremos mais confiança.”
A legislação também
diminuiu a taxa de reposição de renda dos pensionistas que recebem NT$ 32.160
por mês ou mais. Aqueles que tiverem 35 anos de serviço terão sua taxa de reposição
reduzida de 75% para 60% ao longo de um período de 10 anos. Aqueles com 15 anos
de serviço terão uma diminuição de 45% para 30% durante o mesmo período.
Além disso, as pensões
dos professores, que atualmente são baseadas no último salário da ativa,
passarão a ser calculadas como uma média dos últimos cinco anos no emprego.
Novos ajustes ocorrerão nos próximos 10 anos, quando o beneficio terá como base
os últimos 15 anos de serviço.
“Essa rodada de medidas
tem um significado importante. Provamos que a reforma previdenciária não é um
campo minado político nem um tabu que não pode ser tratado”, disse Tsai.
“Ninguém ficará desamparado devido à reforma.”
Chief Investment Officer