O Fundo AP7 da Suécia rejeitou a proposta feita
pelo especialista previdenciário Stefan Lundbergh para reduzir o risco de
investimento no sistema de Pensões Prêmio (Premium
Pension System – PPM) sob a alegação de que as medidas resultariam em
benefícios menores.
Na resposta formal do fundo à proposta, Bo Källstrand,
presidente do conselho fiscal do AP7, afirmou: “Na opinião do AP7, a proposta
reduz a probabilidade de que um número maior de poupadores venha a obter
resultados melhores dentro do sistema de Pensões Prêmio, levando, ainda, a uma
menor diversificação do risco no sistema público como um todo”.
O AP7 é o fundo de pensão nacional responsável pela opção-padrão
de investimento do sistema PPM.
Lundbergh, que é diretor da consultoria Cardano,
apresentou seu relatório ao governo sueco no final de agosto.
No documento, o especialista apresentou propostas para reformar
o PPM, que é a parte capitalizada do primeiro pilar estatal que permite aos
indivíduos escolherem a sua própria gestora de investimentos.
Dirigindo-se ao grupo pluripartidário criado pelo governo
para discutir mudanças no sistema previdenciário, Källstrand disse que o fundo
concordava com partes do estudo de Lundbergh, citando, por exemplo, a proposta de
criação de um sistema mais adaptável às necessidades do indivíduo.
Ele também declarou ver com bons olhos a proposta de criação
de uma autoridade com responsabilidade direta sobre o mercado de fundos.
“No entanto, Lundbergh também propõe a adoção de uma
solução inspirada no mercado securitário com características semelhantes a um
seguro previdenciário tradicional”, disse Källstrand, opção que, segundo ele, não
seria a melhor alternativa para os poupadores.
O presidente do conselho fiscal declarou que a proposta
poderia fazer com que mais pessoas acabassem investindo em ativos com taxas de juros
de longo prazo, baixo potencial de crescimento e ausência de diversificação em
relação à pensão por renda – que é a parte do sistema estatal sueco que caminha
lado a lado com as Pensões Prêmio.
Källstrand argumentou que embora as soluções de seguros
baseadas em altas porcentagens de ativos com taxas de juros de longo prazo
tenham dado retornos similares às ações nos últimos 20 anos, isso se deveu à
queda das taxas de juros de longo prazo durante um período prolongado.
“Se as taxas de juros dobrarem em
relação ao seu nível atual, o retorno sobre esse produto permaneceria negativo
por muito tempo", afirmou.
IPE