AÇÕES EUROPEIAS REDUZEM RENTABILIDADE DE FUNDOS DE PENSÃO PORTUGUESES


No segundo trimestre, a rentabilidade obtida pelos fundos de pensão corporativos portugueses (0,17%) ajudou a compensar a performance negativa registrada no início de 2016, fazendo com que os retornos médios no primeiro semestre somem -0,16% segundo dados da Willis Towers Watson (WTW).

Nos 12 meses anteriores a 30 de junho, a rentabilidade acumulada foi de 1,02%, sendo os retornos anuais nos últimos três anos equivalentes a 4,74% e 5,12% nos últimos cinco anos.

No primeiro semestre do ano passado, os fundos corporativos obtiveram retornos de 2,39% e de 4,09% no período de 12 meses anteriores a 30 de junho de 2015.

Os dados de performance foram fornecidos pelos chamados “fundos fechados” que, em geral, são planos de pensão ofertados por um único empregador ou grupo de empresas, os quais respondem pela maior parte dos ativos dos planos baseados no vínculo empregatício.

O universo da WTW abrange cerca de €13 bilhões em ativos, o equivalente a 80% do mercado de previdência fechada de Portugal.

Os dados, baseados no desempenho médio dos períodos de referência, incluem mais de 100 fundos de pensão, além das cinco maiores gestoras de fundos de pensão de Portugal.

Gaudêncio Guedes, consultor de investimentos da WTW, afirmou: “Como acontece com todos os investidores da zona do euro, os títulos europeus são os que mais contribuem para aumentar a rentabilidade, já que grande parte dos ativos é investida em títulos das principais nações do continente. As ações europeias, por outro lado, têm empurrado os retornos para baixo”.

Segundo a Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Fundos de Pensão e Asset Management (APFIPP), os instrumentos de dívida dominam as carteiras dos fundos de pensão portugueses, com 54,9% dos ativos investidos na classe em 31 de março.

Desse total, 29,4% estavam alocados em dívida pública e 18,4% em dívida privada (ambos em investimentos diretos), além de outros 7,1% investidos em fundos de títulos.

O total de ativos aplicados em renda variável é de 20,3%, sendo 8,6% investidos diretamente e 11,7% via fundos.

Investimentos diretos em imóveis somam 8,8% das carteiras, com outros 5% alocados em fundos imobiliários.

Em relação aos próximos 12 meses, Guedes declarou: “Acreditamos que a baixa rentabilidade continuará na zona do euro. As restrições impostas aos fundos de pensão pelo arcabouço normativo, bem como a estrutura menos dinâmica da indústria de gestão de ativos não favorecem mudanças imediatas nas carteiras de investimento”.

“Por isso, é muito provável que o mercado de previdência privada, como um todo, mantenha a tendência de baixos retornos, a exemplo do que foi observado no ano passado.”

Ele acrescenta que provavelmente, no futuro próximo, os fundos de pensão irão olhar além dos investimentos tradicionais em busca de retorno, incluindo-se aí o crédito não-europeu e, eventualmente, os ativos alternativos.



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