Os quatro fundos de pensão que
operam na Colômbia irão investir US$12,7 bilhões em projetos de infraestrutura
rodoviária nos próximos 7 anos, informou o presidente da associação de fundos
de pensão do país na quarta-feira, dia 02/04.
Os fundos, conhecidos como AFPs, costumavam
concentrar seus investimentos nos mercados de capitais, aplicando em ações e títulos
federais e de empresas dos setores de telecomunicações e energia.
Mas um novo e grandioso projeto
do governo para expandir a malha rodoviária do país, que demandará US$25 bilhões
até 2020, pode vir a ser uma boa oportunidade de diversificação para as
carteiras das entidades, explica Santiago Montenegro, presidente da Asofondos.
“Os fundos possuem
aproximadamente 20% de suas carteiras investidas em infraestrutura, mas nós
queremos investir ainda mais no segmento, em especial, ajudando a financiar a
nova geração de concessões de autoestradas”, afirma Montenegro.
Os fundos podem investir, por
exemplo, em títulos de infraestrutura garantidos pela receita advinda da
cobrança de pedágios, explica Montenegro.
“O que temos considerado até
agora são os investimentos na fase operacional dos títulos de infraestrutura.
Também estudamos, junto ao governo, a possibilidade de nos envolvermos, via um
novo tipo de ativo, numa espécie de fundo privado de capital para dívida no
qual participaríamos desde o estágio de construção das rodovias”, explica o
presidente da associação dos fundos colombianos.
O sistema de fundos de pensão da
Colômbia é controlado pelas AFPs Colfondos, Porvenir, GrupoSura e Skandia, que
juntas administram cerca de US$79 bilhões em ativos.
Os investimentos na construção de
estradas serão graduais, informa Montenegro, com muitos dos custos sendo
cobertos pela rentabilidade do fundo e novos aportes, o que significa que as AFPs
não terão que fazer uso de recursos investidos em outras classes de ativos,
acrescentou o presidente da Asofondos.
A Colômbia, quarta economia da América
Latina, precisa urgentemente de investimentos em infraestrutura. Os projetos
incluem a construção de pontes e túneis.
Montenegro ressalta o bom exemplo
do Chile, onde os fundos de pensão financiaram estradas e vias urbanas e
nacionais, aeroportos, prédios públicos e até mesmo presídios. “O caso do Chile
é o mais relevante, pois o país possui a melhor infraestrutura da América
Latina e os fundos de pensão desempenharam papel significativo neste processo.”
Reuters